Puxado pelo forte desempenho do setor automotivo, o faturamento das micro e pequenas empresas do Grande ABC cresceu 6,3% em maio ante abril. A região foi o destaque estadual, superando o resultado do Estado, que despencou 2% no mesmo período, indica pesquisa mensal do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) em conjunto com a Seade (Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados), divulgada ontem.

O setor no Grande ABC bateu com folga o desempenho da RMSP (Região Metropolitana de São Paulo), que teve queda de 3,9%, do Interior (alta de 0,2%) e da Capital (retração de 4,7%).

Segundo o coordenador da pesquisa, Marco Aurélio Bedê, maio normalmente é melhor para os negócios do que abril. A queda na média estadual é resultado do impacto do câmbio desfavorável, que acirra a concorrência com importados, da ‘puxada' dos juros e da aceleração da inflação, que corroem o poder de compra e afetam o desempenho das empresas que dependem do mercado doméstico.

"Nesse período, o Grande ABC viveu uma situação peculiar, pois conta com uma forte indústria automotiva, que vai muito bem e puxa os demais setores. Essa é a razão para a região ter se destacado em maio", explicou Bedê.

ACUMULADO - Porém, quando a comparação é feita com base no desempenho do ano passado, e com ajustes sazonais, os índices não são exuberantes - e o resultado é desfavorável.

No Grande ABC, entre janeiro e maio, o faturamento recuou 2,6% em relação a igual período de 2007, e apresentou queda de 6,8% se a comparação for entre maio deste ano e o mesmo mês do ano anterior.

A média estadual também é afetada nesse comparativo:retração de 6,9% em maio frente ao mesmo mês do ano passado e alta de 0,3% nos primeiros cinco meses do ano em relação a igual período de 2007.

"A comparação foi feita em cima de uma base muito forte. O melhor mês de maio desde 2004 foi o do ano passado, considerando o Estado. E o melhor desde 2002 para o Grande ABC. Não podemos dizer que há uma retração. O que existe é uma acomodação em um patamar elevado. Há fatores que contribuem para isso, como a inflação, o câmbio e os juros, mas é natural que o crescimento diminua para tomar fôlego e iniciar uma nova expansão no futuro", disse.

OCUPAÇÃO - A pesquisa do Sebrae/Seade também indica que houve redução da média de trabalhadores por empresa, tanto no âmbito estadual quanto no Grande ABC.

Em maio de 2007, as empresas da região empregavam, em média, 4,84 trabalhadores e no mesmo mês deste ano o número diminuiu para 4,39 - redução de 9,3%. No Estado era de 4,39 e caiu para 4,06 (-7,5%).

As micro e pequenas indústrias são as que precisam de um contingente maior de empregados. Na região mantém a média de 8,65 trabalhadores. O setor de serviços vem em seguida, com 4,51. O segmento mais enxuto é o comércio: 3,3.