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SOS Bairros - Obra mal realizada causa enchentes
Vanessa Selicani
Especial para o Diário
21/02/2007 | 22:39
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Condomínio Maracanã/Santo André
Até hoje, a cozinheira Célia Gomes Vieira, 32 anos, é conhecida como mulher bóia. Em 2005, durante uma das primeiras enchentes no bairro, ela não percebeu que a água invadira sua casa enquanto dormia e foi levada pela rua, ainda no colchão. As inundações na avenida professor Luiz Inácio de Anhaia Melo se intensificaram de lá para cá, supostamente por causa de uma obra de canalização mal executada.

Os prejuízos com a enchente do último dia 8 ainda estão sendo contabilizados. Um depósito de materiais de construção informa que teve perdas calculadas em R$ 3 mil. Célia está morando na casa da sogra. Ela perdeu móveis, geladeira nova, roupas e outros pertences.

“Meu emocional está abalado porque é muito duro trabalhar tanto e perder tudo. Fora o cheiro forte e a sujeira da água que pode contaminar os moradores”, conta Célia.

Segundo os vizinhos, os alagamentos pioraram depois de uma obra de canalização do rio vizinho.

Os moradores criaram rampas para os carros e ergueram muros. Mas as barreiras improvisadas não conseguem mais conter o fluxo de água.

“Quando chove, minha filha já fica assustada. Já fiz diversos BOs e procurei a Prefeitura, mas ninguém se responsabiliza pelo problema”, explicou a instrutora de trânsito Adriana Ruiz, 27 anos.

O Semasa, responsável por obras contra enchentes na cidade, foi procurado pela reportagem, mas não enviou resposta até o fechamento desta edição. (Supervisão de Adriana Ferraz)

Parque dos Pássaros/São Bernardo
A praça dos Rouxinóis está abandonada. Os moradores dizem esperar há mais de 10 anos pela construção de uma área de lazer no terreno.

“Já vi ratos saírem dali. Acho que caberia um grande campo no parque para jogarmos bola”, conta o estudante Leonardo Guilherme dos Santos, 18 anos.

Moradores se esforçam para minimizar o problema. Foram plantadas mudas de plantas e até um pé de amora, que se destacam em meio ao matagal.

“Reclamo o ano todo e só depois de muito tempo eles vêm capinar. O problema é a quantidade de baratas que sai de lá e entra em nossas casas”, reclama o advogado Sigfreud Oestervinde, 57 anos.

A Prefeitura informa que não há projetos de lazer para o local. Porém, enviará uma equipe à praça para efetuar a limpeza pedida pelos moradores.

Caso não resolvido: Estância Noblesse/Ribeirão Pires
O mato ainda toma conta da rua Luiz Pelegrini, assim como o esgoto, que continua a correr no local. O Diário divulgou o problema no dia 12 de janeiro. Naquela ocasião, a Prefeitura havia dado o prazo de 20 dias para efetuar a limpeza no local.

No entanto, os moradores reclamam que nada mudou.

“Aqui passa cobra, rato e aranha. Com o retorno das aulas escolares, a criançada passa na rua e o perigo fica maior”, diz a aposentada Sônia Bertochi.

A Prefeitura contradiz a informação dos moradores e informa que a Operação Bairro passou no endereço para efetuar a limpeza, mas enviará fiscais para averiguar se alguma rua deixou de ser contemplada.

A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) informa que os técnicos da companhia apenas verificaram águas pluviais que se acumulam na sarjeta no ponto mais baixo da rua. Para solucionar o problema, segundo a Sabesp, um dreno deveria ser construído pela administração municipal e colocado no local.



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