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Diminui número de bebês com Aids no ABC
Luciana Sereno
Do Diário do Grande ABC
29/11/2002 | 19:52
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A cada ano são mais raros os casos de recém-nascidos de mães soropositivas desenvolverem o vírus da Aids. Devido à exigência da realização do exame anti-Aids, os índices de bebês soropositivos vem caindo. Em 2001, em Santo André e Mauá, apenas uma das gestantes acompanhadas pela rede pública de saúde, em cada cidade, deu à luz uma criança soropositiva. Em Ribeirão Pires, São Caetano e Rio Grande da Serra, não há registro de nascidos com o vírus. Neste ano, as estatísticas do SUS (Sistema Único de Saúde) fechadas até outubro, não registram novos casos de recém-nascidos soropositivos no Grande ABC. Entretanto, a reportagem não teve acesso aos números de São Bernardo.   

Na região, algumas cidades também registram queda ou “estabilidade” – como preferem considerar os profissionais de saúde – de novos casos de Aids. Santo André e Mauá notificaram, até outubro deste ano, 80 e 78 novos casos, respectivamente, ante 121 e 104 casos, respectivamente, em 2001. São Caetano, Diadema e Ribeirão Pires, por outro lado, tiveram mais casos nos primeiros dez meses de 2002 do que em todo o ano passado. Em Rio Grande da Serra, devido à ausência de hospitais, os casos de soropositivos não são computados por serem atendidos pelas cidades vizinhas.   

Segundo a coordenadora do programa DST/Aids de Santo André, Marcia Aparecida Adabo, no Brasil, os profissionais de saúde pública trabalham com a possibilidade de haver 3% de contaminação em partos de mulheres soropositivas. “A transmissão da doença depende do volume de carga viral da mãe durante a gestação.” É por isso que as secretarias da Saúde das seis cidades ouvidas pelo Diário concordam quanto à importância da medicação durante o pré-natal. A redução dos riscos de transmissão é feita durante o acompanhamento médico, tanto nos nove meses de gravidez quanto no parto (quando a criança recebe a medicação intravenosa) e ainda durante as seis primeiras semanas de vida, período em que o recém-nascido ingere as doses de ATT.   

No ano passado, na região, pelo menos 43 gestantes soropositivas foram medicadas pela rede pública nas cidades de Santo André, Mauá e Ribeirão Pires. Nesses municípios, após a confirmação da doença, as gestantes são encaminhadas aos centros municipais de referência, onde recebem atendimento ginecológico, orientações sobre Aids e DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis).   

Em São Caetano, no entanto, as soropositivas são acompanhadas pela Escola Paulista de Medicina. De acordo com a coordenadora assistencial do programa DST/Aids do município, Lucy Vasconcelos, o fato de o acesso ao medicamento de tratamento da Aids ser irrestrito, ou seja, fornecido não apenas para os pacientes do SUS, é fundamental para o sucesso dos resultados registrados no país como um todo. “O Brasil é considerado modelo no tratamento da doença.” Lucy disse ainda que essa conquista foi reconhecida durante a Conferência Mundial da Aids, realizada em Barcelona, na Espanha. “Estive lá e o Brasil foi citado como o país subdesenvolvido com melhor programa de saúde na atualidade.”   

Em Mauá, o atendimento aos pacientes com HIV (gestantes ou não), é centralizado no Coas (Centro de Orientação e Apoio Sorológico) que fica na rua Prefeito Américo Perrella, 171, Centro. Das 8h às 16h, de segunda a sexta-feira, os soropositivos recebem, além de tratamento ambulatorial, orientações sobre as DSTs. É lá também que podem fazer exames de sífilis ou de Aids e que acontece a distribuição diária de preservativos.   

Às quartas-feiras, as gestantes soropositivas participam de grupos de discussão sobre a doença. Após o nascimento do bebê, por não poderem amamentar, as mães passam a integrar o grupo de leite e recebem quinzenalmente a doação do alimento custeada pelo município. Atualmente, Mauá mantém 24 crianças cadastradas no grupo de leite.




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