A família do garoto disse nunca ter visto a arma antes. Ela tem a numeração raspada e, segundo P., foi comprada há poucos dias na feira do rolo, em Diadema. Segundo a polícia, P. esteve envolvido há cerca de três meses em um furto de veículo.

Familiares de P. disseram que o tiro que atingiu Júnior no peito aconteceu acidentalmente no quarto do primo. Os dois estavam mexendo na arma e ela disparou. “Eu estava no banheiro quando escutei o barulho. Corri para o quarto de P. e vi o que tinha acontecido. P. estava paralisado, quase em estado de choque. Logo depois, com a ajuda de um vizinho, levamos o Júnior em um carro para o hospital, mas infelizmente ele não resistiu”, disse Júnior de Oliveira Souza, padrasto de P..

Como P. estava muito nervoso, sua mãe falou para ele ir à casa da namorada. Uma viatura da Polícia Militar chegou ao local e encontrou P. no meio do caminho. Ele foi levado até o 3º DP do município para prestar esclarecimentos. Na tarde desta quinta, o adolescente se apresentou à Vara da Infância e da Juventude da cidade.

A irmã da vítima, Flávia Tereza da Silva, 21 anos, disse que os dois primos foram criados juntos desde crianças. “Eles eram amigos e, inclusive, passaram o fim de semana juntos. O Júnior só saiu de casa há um ano para morar com o pai no Centro. Foi um acidente”, disse.

Filho caçula de uma família de quatro irmãos, Júnior estudava na 6ª série do ensino fundamental na Emei João Ramalho, em Diadema, mesma escola de P.. Segundo familiares, ele cursava paralelamente computação e manutenção de microcomputadores. “Há pouco tempo, ele começou a fazer o curso e parecia muito empolgado. Foi horrível o que aconteceu para nossa família”, disse a irmã.