A Cia. de Danças de Diadema volta aos ensaios a partir desta segunda-feira, depois de três meses de indefinição com os contratos dos profissionais que atuam no grupo. Nesse período, a companhia cumpriu compromissos agendados anteriormente e nos últimos 15 dias não fazia ensaios nem apresentações. Semana passada, o Departamento de Cultura de Diadema conseguiu uma solução: um contrato “tampão”, de três meses, com prorrogação até janeiro de 2002.

Um dos motivos dessa indefinição era como remanejar verba do orçamento da Secretaria de Educação, Cultura, Esportes e Lazer do município para a companhia, respeitando a Lei de Responsabilidade Fiscal. Outro foi a falta de prestação de contas entre o ex-prefeito Gilson Menezes (PSB) e o atual, José de Filippi Jr. (PT), na transição do governo municipal este ano. “Gilson não quis fazer a transição, comum entre duas gestões. No começo do ano, não sabíamos como estava a situação contratual da companhia e o déficit no orçamento geral era grande”, disse Sueli Cham, diretora de Cultura.

As oficinas de formação, cerca de 80, também ficaram paralisadas no mesmo período em todos os centros culturais da cidade. Os oficineiros retomarão suas atividades já no fim deste mês e as inscrições para os cursos estão abertas.

“Foi um período angustiante”, diz Ivonice Satie, diretora artística da companhia. “A solução é um paliativo para retomarmos o trabalho. Espero que sejam encontradas outras fórmulas para que a companhia seja mais autônoma e mantenha a parceria com a Prefeitura”, afirma.

A Cia. de Danças existe desde 1995 e não é um corpo estável da Prefeitura, e sim, artístico. Seus bailarinos são prestadores de serviço. “Com o tempo e orçamentos definidos, os contratos serão melhores”, disse Sueli.