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São Bernardo amplia oferta de mamografias com serviço itinerante

Caminhão percorrerá a cidade para realização do exame; meta é zerar fila de espera em 60 dias

Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
15/10/2019 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


Ainda sob a temática do Outubro Rosa, a Prefeitura de São Bernardo iniciou ontem projeto para ampliar o acesso das cerca de 186 mil moradoras da cidade com mais de 40 anos (conforme a Fundação Seade) à mamografia, principal exame de detecção do câncer de mama. Trata-se de serviço itinerante de diagnóstico por imagem – denominado Amiga do Peito – que percorrerá, a cada 15 dias, as áreas da cidade que concentram maior fila de espera pelo procedimento.

A ação, inspirada no programa estadual Mulheres de Peito, teve início ontem pela UPA (Unidade de Pronto Atendimento) União, na região do Grande Alvarenga. A proposta é a de que o caminhão do projeto fique estacionado no local até que a demanda por mamografias do bairro seja zerada, explica o prefeito Orlando Morando (PSDB). “Começamos por um dos lugares que têm maior fila de espera. Assim que zerar a demanda reprimida, migraremos para o Rudge Ramos”, diz.

Conforme a administração, o município passa a ofertar 4.000 mamografias por mês via SUS (Sistema Único de Saúde), sendo 1.500 na unidade itinerante. Em toda a cidade, são pelo menos 2.800 mulheres na fila de espera pelo exame. A meta do prefeito é zerar a demanda reprimida no prazo de dois meses. “O diagnóstico precoce da doença é importante para salvar vidas e, assim que assumi a Prefeitura, percebi que temos uma rede grande de saúde e que algumas regiões não dão conta da demanda”, observa Morando sobre o projeto.

Para a realização do serviço, a administração investirá R$ 800 mil por ano, valor estabelecido de acordo com a tabela SUS – R$ 45 por exame. Os atendimentos serão feitos das 8h às 17h. Mulheres com menos de 50 anos devem agendar o procedimento na UBS (Unidade Básica de Saúde) mais próxima de casa. Já no caso das moradoras com mais de 50 o procedimento será por livre demanda. O resultado da mamografia será enviado à UBS de origem da paciente – casos de urgência ficarão prontos em 24 horas.

Uma das beneficiadas pelo projeto é a catadora Roseane Xavier, 53 anos, moradora do Jardim Santo Inácio. Ela celebrou a praticidade do serviço, tendo em vista que nem precisou agendar a mamografia, exame que não fazia há mais de um ano. “É importante se cuidar. Meu pai teve câncer na próstata e minha irmã, na boca. Graças a Deus eles estão curados, mas deixa a gente em alerta para essa doença, que está matando.” A estimativa do Inca (Instituto Nacional do Câncer) é a de que 60 mil pessoas sejam acometidas pelo câncer de mama neste ano. 

Grande ABC teve queda de procedimentos

O Outubro Rosa é, tradicionalmente, período em que são realizadas ações de conscientização a respeito da prevenção do câncer de mama, como a mamografia – recomendada anualmente para mulheres a partir dos 40 anos. No Grande ABC, o número de exames do tipo realizados nos sete primeiros meses do ano teve queda de 16% na comparação com o mesmo período de 2018, embora a população feminina a partir dos 40 anos tenha aumentado 2,17%.

Conforme o Datasus, banco de dados do Ministério da Saúde, entre janeiro e julho do ano passado, 2.400 mulheres passaram por mamografia na rede pública das sete cidades, quantidade que caiu para 2.134 neste ano. Já os dados da Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados) mostram que a população de mulheres a partir dos 40 anos saltou de 601,6 mil para 614,6 mil no mesmo período.

Especialistas ouvidos pelo Diário consideram que o número menor de mamografias pode estar associado tanto ao fato de mulheres não darem a devida importância ao tema quanto à dificuldade de agendar o exame no SUS (Sistema Único de Saúde), além do longo tempo de espera para sua realização. Todos esses fatores podem comprometer o diagnóstico precoce do câncer de mama, doença que deve acometer pelo menos 60 mil pessoas no País neste ano.




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