Política Titulo CPI do Semasa
PMDB rompe elo de
Pavin com Pinheiro

Partido inicia processo para retirar de suas fileiras
superintendente do Semasa investigado em CPI

Vinicius Gorczeski
Do Diário do Grande ABC
21/04/2012 | 07:57
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Com a maré de denúncias sobre o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), que envolvem o superintendente da autarquia, Ângelo Pavin, em suposto esquema de cobrança de propina para liberação de licenças ambientais, a executiva estadual do PMDB age para desligá-lo rapidamente da agremiação. O principal objetivo é evitar a contaminação da pré-candidatura de Paulo Pinheiro ao Paço de São Caetano, da qual Pavin é um dos articuladores e também se afastará.

Com o desgaste em Santo André, o diretório teme que adversários políticos atrelem o nome de ambos durante a corrida ao Palácio da Cerâmica. A informação foi confirmada por fontes ligadas a Pinheiro e a Pavin, que são amigos pessoais e têm a mesma profissão: médicos.

Para não haver ruptura desgastante, o superintendente do Semasa teria de pedir afastamento da legenda, para não haver processo de expulsão, o que complicaria ainda mais a situação.

Nos bastidores também comenta-se que a atitude se mostra urgente, pois pesquisas informais mostram que a população compreendeu que a pré-candidata da situação é a assessora especial de Ação Social da Prefeitura, Regina Maura Zetone (PTB), e não Pinheiro, que é dissidente do grupo governista.

O vereador se mostrou surpreso com a notícia. "Para mim isso é novidade. Ele é meu amigo, independentemente de qualquer coisa. Mas essas coisas (falta de informação) mostram que eu não tenho muita ligação política com ele, é mais de amizade. É opinião dele (Pavin) e o que ele fizer será de modo consciente", discorreu.

Coincidência ou não, após circular a informação de que a sigla quer se distanciar de Pavin, Pinheiro já fala em expectativa de crescimento do PMDB em São Caetano. O principal fator para a análise, porém, decorre da posse como presidente do PMDB municipal, ocorrida na quinta-feira.

Também citado na CPI do Semasa, embora menos desgastado, o ex-diretor de Gestão Ambiental a autarquia andreenseJarbas Elias Zuri assumiu a função de articular das estratégias eleitorais da legenda em São Caetano. O ex-diretor de Transportes da Prefeitura são-caetanense Moacir Guirão também está à frente das ações - tem procurado atrelar seu nome à função de interlocutor do vereador, após romper no ano passado com o prefeito José Auricchio Júnior (PTB).

A equipe do Diário tentou, por diversas vezes, contato com o superintendente do Semasa ontem, tanto em seu celular como por meio de sua assessoria de imprensa. Mas Pavin não retornou às ligações para esclarecer a situação.

 

Após oitivas, CPI dará veredicto se mantém apuração

 

Fábio Martins

 

Os depoimentos dos empresários Alaor Fratta, proprietário da construtora Fratta, e Luiz, da Terracota Empreendimentos, na segunda-feira, são considerados peças-chave para a continuidade ou não das investigações no âmbito parlamentar de Santo André. Com prazo preliminar de encerramento datado para 2 de maio (data definida pela assessoria jurídica da Casa), a CPI poderá finalizar a apuração, caso ambos neguem ter sofrido eventual extorsão de agentes públicos para conseguir a liberação de licenças ambientais no Semasa.

A responsabilidade sobre a conclusão fica a cargo da relatoria, nas mãos do vereador Toninho de Jesus (DEM). Para ele, é prematuro, neste momento, adiantar se o prazo oficial de 45 dias será suficiente para terminar a apreciação do episódio, que averigua possível esquema de propina em venda do documento às empresas. "Não dá para prever qualquer posicionamento, pois é imprevisível qualquer depoimento. Depende do que será dito."

O democrata sustentou que, de forma alguma, a investigação "cairá em descrédito" porque manterá a transparência e isonomia, seguindo a linha das demais averiguações em trâmite no Ministério Público e Polícia Civil. Para ele, nada está resolvido até agora, rechaçando que houve pedido do prefeito Aidan Ravin (PTB) para enterrar a CPI. "Hoje estamos no meio. Se faço algo agora, posso me contradizer. Fica na dependência dos elementos. Se não tiver comprovações e concluir dia 2, vejo como normal, mas se não der tempo, prorrogaremos, sem problema."

Toninho não descarta que outras pessoas sejam arroladas no processo. O parlamentar argumentou que, por enquanto, não está convencido para fechar a análise, postura que, segundo ele, será tomada em conjunto com demais integrantes da CPI. "Não tomarei decisão arbitrária, sozinho. Faço parte de equipe."

 

Aidan entra com ação por difamação contra Calixto

 

O prefeito de Santo André, Aidan Ravin (PTB), entrou ontem com ação judicial contra o advogado Calixto Antônio Júnior, acusado de ser mentor do esquema de venda de licenças ambientais no Semasa. O petebista processa Calixto por injúria, difamação e danos morais em razão de o advogado ter declarado à CPI que Aidan faz parte de "quadrilha de corrupção".

A ação tratará da irresponsabilidade em fazer acusações sem apresentar prova material. Considerando mentirosas as declarações, o documento cita que há uso de jogo político para manchar a imagem do prefeito.

Aidan argumenta que Calixto o envolveu na acusação para tentar desviar o foco das investigações, já que, na denúncia, o advogado é acusado de participação no esquema.

Após acusações graves à CPI, Calixto não compareceu quinta-feira à oitiva na polícia. Ele garantiu, porém, que não recuou e manterá firme sua postura. "Não vou retroceder. Só que pessoas estavam rodeando meu escritório, em São Bernardo. Vou pedir proteção."

O delegado Gilmar Camargo Bessa, que preside o inquérito, adiantou que a polícia está à disposição. "Se for o caso, coloco a minha estrutura policial, investigadores, até para trazê-lo, garantindo a sua vinda (para depor)."

 




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