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Palestinos afirmam que nao retomarao negociaçoes na 4ª
Do Diário do Grande ABC
31/05/2000 | 11:41
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Uma grande incerteza cerca a próxima rodada de negociaçoes entre israelenses e palestinos, após o anúncio palestino de que as negociaçoes nao seriam retomadas na quarta-feira e também por causa das duras críticas da extrema-direita à política de paz do governo israelense.

Nabil Abu Rudeina, principal assessor do líder palestino Yasser Arafat, anunciou que as conversaçoes nao seriam retomadas nesta quarta-feira, desmentindo a declaraçao feita na véspera por um ministro israelense que lidera a comissao de negociadores de seu país.

Abu Rudeina afirmou que Arafat presidirá uma reuniao com os negociadores palestinos, nesta quarta-feira à noite, para ``tomar uma decisao' a respeito.

O incidente acontece na véspera da cúpula entre o premiê israelense, Ehud Barak, e o presidente americano Bill Clinton, na qual debaterao a difícil situaçao com os palestinos e as perspectivas de paz com a Síria, depois da retirada israelense do Sul do de Líbano na semana passada.

As posiçoes israelenses e palestinas continuam muito distantes, especialmente no que diz respeito à essência do conflito: a situaçao de Jerusalém, as futuras fronteiras, a volta dos refugiados palestinos e o destino dos assentamentos israelenses nos territórios ocupados.

Um ``segundo canal' de negociaçoes foi aberto com as conversaçoes secretas de Estocolmo - depois que ambas as partes nao puderam respeitar o prazo fixado em meados de maio para assinar um acordo-marco -, mas estas conversaçoes foram suspensas há dez dias por Barak, depois de uma onda de violência nos territórios.

O ministro da Segurança Pública Shlomo Ben Ami, que dirige a equipe negociadora israelense, afirmou na terça-feira que as negociaçoes começarao nesta quarta-feira, em um lugar nao precisado do Oriente Médio, enquanto que o jornal Yediot Aharonot afirmava que seria em Jerusalém.

A extrema-direita de Israel lançou, por sua parte, uma campanha contra a entrega de mais territórios aos palestinos, e alguns colonos extremistas judeus ameaçaram de morte os líderes israelense.

As medidas de segurança foram reforçadas em torno de Ben Ami depois que um grupo de colonos radicais manifestou ante sua casa.

Na segunda-feira passada, um colono extremista, membro da Geraçao do Futuro, advertiu que Barak poderá ser assassinado como seu mentor Yitzhak Rabin se continuar com sua ``perigosa' política de paz.

O ministro do Interior Nathan Sharansky ameaçou, nesta terça-feira, pedir demissao, assegurando que Barak prepara a conclusao de um acordo que entregaria aos palestinos mais de 95% da Cisjordânia.

Por seu lado, o assessor palestino Rudeina sugeriu que os palestinos declarem a independência de seu Estado, inclusive antes de 13 de setembro, data limite para que ambas as partes concluem um acordo final.




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