Associados como o jornalista Ivan Lima receberam a mesma circular: com o fim do contrato de comodato da sede com a Telefônica Vivo (herdado da antiga CTBC (Companhia Telefônica da Borda do Campo), o CTBC Clube será obrigado a entregar suas dependências.

Comenta-se que uma igreja evangélica já estaria interessada e com negociações adiantadas para ocupar o espaço. 

Concordamos com o Ivan: é mais um pedacinho da história do Grande ABC que se perde. 

Enquanto isso, vários escritórios e agências da antiga CTBC permanecem fechados, depredados. É o caso do escritório central, outrora imponente, de muitas reuniões, de visitas históricas, localizado na Avenida Portugal.

CTBC Clube se despede

Texto: Ivan Lima

No próximo dia 29 de setembro, o CTBC Clube cederá a posse de sua sede à Telefônica-Vivo. A agremiação é obrigada a realizar a entrega, por força do término do contrato de comodato do terreno onde seus prédios foram construídos. 

Originalmente, o acerto para o uso do imóvel por 30 anos foi feito com a antiga CTBC. A partir da privatização, em 1998, a Telefônica-Vivo herdou o papel de cedente no contrato. Na prática, a entrega significa o fim do CTBC Clube, última marca ativa ligada à empresa fundada em 1954.

Hoje, um ginásio poliesportivo, uma academia de ginástica, um salão de jogos, um salão de festas, churrasqueiras e playground estão espalhados pelos 18 mil metros quadrados da sede. As atividades nesse local iniciaram em 1995, mas a história do CTBC Clube começou em 3 de abril de 1965, num galpão cedido pela CTBC, ao lado de seu antigo prédio sede, no Centro de Santo André. Ali foram montadas salas de jogos e de música, nas quais os funcionários organizavam atividades esportivas e sociais. 

Esses primeiros anos de existência podem ser, literalmente, definidos como românticos. O pequeno grupo de funcionários da CTBC nos anos 1960 (poucas centenas) era muito unido, e tinha grande disposição para realizar seus bailes e jantares, além de formar bons times amadores de futebol, que disputavam os torneios da região.

Em 1973 aquele galpão não resistiu à necessidade de expansão da empresa, que construiu um segundo edifício-sede para abrigar milhares de novos terminais telefônicos sobre o terreno da velha sede do clube.

Uma nova fase começou quatro anos depois, impulsionada pelo gosto de seus associados pela prática esportiva e pela, digamos, vocação festeira. 

A diferença era que os jogos, bailes e jantares aconteciam em espaços cedidos pela CTBC dentro de seus prédios ou em praças alugadas como os clubes Panelinha e Bochófilo de Santo André. Apesar das dificuldades, os anos 1970 e 1980 registraram torneios internos de futebol de campo, participações vencedoras nos Jogos Operários do Sesi e nada menos que cinco olimpíadas internas.

Diário há 30 anos

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