Até o fim deste mês algumas categorias trabalhistas da região definem suas campanhas salariais. Frentistas, funcionários das indústrias farmacêuticas e profissionais de TI (Tecnologia da Informação) já possuem calendário de negociações.
Os trabalhadores do setor farmacêutico, com data-base em 1º de abril, terão reuniões com a classe patronal nos dias 24, 25, 29 e 30 deste mês. "Temos quatro dias para fecharmos acordo, mas ainda não definimos a data para levar a proposta a assembleia", conta o diretor do Sindicato dos Químicos do ABC, Raimundo Suzart.
Os 2.000 trabalhadores da base reivindicam elevações dos salários (aumento de 13%, sendo 6% de reajuste real e o restante de reposição de inflação) e piso (que está em R$ 835), PLR (Participação nos Lucros e Resultados) de R$ 2.000 para todos os trabalhadores (hoje em R$ 1.200), vale-alimentação (atualmente em R$ 90); acesso a medicamentos e licença-maternidade de 180 dias.
No caso dos frentistas, cuja data-base é 1º de março, uma reunião com os donos de postos de combustível foi novamente agendada, junto ao sindicato, para semana que vem.
"Não há um dia certo, mas esse foi o prazo que os empresários pediram para formalizar contraproposta. Em reunião realizada nesta semana, não aceitamos as medidas que os empresários propuseram, já que não eram condizentes com o que pedimos", afirma o presidente do Sindicato dos Frentistas do ABC, Miguel Gama Neto.
Neste ano, a categoria solicita 5% de reajuste real (além da reposição da inflação); PLR - benefício esse que ainda não foi conquistado -; melhoria do tíquete-refeição (de R$ 8,20/por dia para R$ 12/por dia) e reajuste do piso salarial, de R$ 669 para R$ 800.
JUSTIÇA - Durante reunião de conciliação realizada ontem entre o Sindpd (Sindicato dos Trabalhadores de Tecnologia da Informação do Estado de São Paulo) e a entidade patronal, a procuradora regional do trabalho, Laura Martins Maia de Andrade, pediu ao sindicato que adie o início da paralisação até terça-feira, quando será feita nova audiência com o objetivo de chegar a um acordo. Mesmo assim, estado de greve dos trabalhadores de TI permanece.
A paralisação foi decreta no sábado (12), em assembleia com trabalhadores da base. "Os empresários precisam entender que os trabalhadores sabem exatamente o que querem. Nós estamos prontos para paralisar empresa por empresa", ameaça o presidente do Sindpd, Antonio Neto.
Segundo ele, as companhias não propuseram cláusulas que atendam às reivindicações - 11,9% de aumento salarial, desenvolvimento de plano de PLR, auxílio-refeição de R$ 15 por dia e ampliação de pisos.
A decisão atinge cerca de 90 mil profissionais no Estado de São Paulo. O Grande ABC corresponde a 15% do total, o que representa 13,5 mil trabalhadores.
Metalúrgicos de Sto.André e Mauá negociam PLR
Metalúrgicos de Santo André e Mauá já iniciaram as negociações da PLR deste ano. Os acordos, feitos com as cerca de 300 indústrias instaladas entre as duas cidades, devem ser fechados até o fim do primeiro semestre, e estão em andamento.
No ano passado, o benefício somou R$ 40 milhões nos bolsos dos metalúrgicos de Santo André e Mauá - levando em conta que o valor da PLR variou entre R$ 1.000 e R$ 4.000 para cada funcionário. A base da categoria é de 25 mil funcionários entre os dois municípios.
Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá, Cícero Firmino, o Martinha, as negociações são demoradas, por isso a antecipação.
Ele acrescenta que a pauta com a reivindicação já foi encaminhada aos patrões e que as comissões de trabalhadores irão negociar com os empresários. Os encontros entre as partes devem se concentrar em abril.
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