Marilisa caiu no banheiro por volta da 1h do dia 2 de abril. Como não podia se movimentar, o marido, o corretor Antonio da Costa, 50 anos, chamou uma ambulância pelo 192. “Temos convênio, mas por ser um serviço municipal, o resgate nos levou até o Nardini”, disse ele.
Ela afirmou que ao chegar ao hospital, a colocaram em uma maca e o ortopedista de plantão, Francisco Verrone Júnior, a examinou e solicitou um exame de raio X. “Não tinha ninguém para me levar até a sala e foi meu marido que empurrou a maca. Fiquei esperando por quase duas horas para fazer o exame porque não tinha ninguém para me atender. Perguntava a funcionários, mas não tinha nenhuma resposta.”
Com a chapa em mãos, já por volta das 4h, o médico disse que ela estava bem e que seria liberada pela manhã. “Como sentia muita dor, ele me deu uma injeção e me deixou no corredor. Fazia frio e pedi um cobertor, que não foi providenciado. Como não podia me mexer e a dor não passava, meu marido foi pedir a minha transferência para um hospital do convênio.”
Costa disse que o ortopedista negou a transferência e ele pediu ajuda a uma enfermeira. Ela solicitou ao chefe do plantão que a liberasse. “Minha mulher estava desconfortável e a enfermeira disse que mais 18 pessoas também estavam em macas no corredor.”
Por volta das 6h conseguiram a transferência para o Hospital Cristóvão da Gama, em Santo André. O médico que a atendeu no Cristóvão da Gama deu um diagnóstico diferente para o seu problema. “Fui atendida pelo médico que disse que eu poderia ter fraturado alguma vértebra. O raio X confirmou a suspeita.” Ela ainda usa o colete por não ter se recuperado.
Peregrinação – Diante da constatação do erro e do atendimento prestado, o casal procurou a Prefeitura. “Mesmo no serviço público não é justificável um atendimento tão ruim. As pessoas que trabalham lá não o fazem de graça, elas são pagas para isso. E a população ainda paga pelo serviço”, disse Marilisa.
O corretor enviou correspondência relatando o caso à Secretaria de Saúde e à Diretoria do Hospital Nardini. Os órgãos protocolaram o recebimento no dia 7 de abril. Ele fez ainda reclamação ao 156.
“Toda semana procuro pela secretária de Saúde (Vilma Maria dos Santos), mas é grande a burocracia. Sua assistente diz que tenho de fazer a reclamação no 156, coisa que já fiz.” Vale lembrar que Vilma, quando respondia pela pasta de Administração, foi responsável pelo programa que, justamente, tinha o objetivo de desburocratizar os serviços públicos.
Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura de Mauá, o caso está sendo avaliado pela comissão de ética médica do Nardini. Ao final desta avaliação o caso poderá ser encaminhado ao Conselho Regional de Medicina se for constatado erro no diagnóstico. A assessoria acrescentou que o corretor só não foi informado deste procedimento porque ligou somente para a Secretaria de Saúde e não ao Hospital Nardini, embora tenha enviado a reclamação à diretoria do hospital, subordinada à secretaria. O Hospital Cristóvão da Gama não quis comentar o caso.
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