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Mulher fratura vértebra e Hospital Nardini não percebe
Andrea Catão
Do Diário do Grande ABC
27/05/2004 | 22:15
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A advogada Marilisa Mantoan da Costa, 45 anos, que passou pelo atendimento no Hospital Nardini, em Mauá, no início de abril ao sofrer uma queda, passou pelo ortopedista, que nada constatou e, ao ser transferida para a rede particular, soube que estava com uma vértebra quebrada. Desde então, ela questiona o serviço prestado ao poder público, mas não obteve nenhuma resposta.

Marilisa caiu no banheiro por volta da 1h do dia 2 de abril. Como não podia se movimentar, o marido, o corretor Antonio da Costa, 50 anos, chamou uma ambulância pelo 192. “Temos convênio, mas por ser um serviço municipal, o resgate nos levou até o Nardini”, disse ele.

Ela afirmou que ao chegar ao hospital, a colocaram em uma maca e o ortopedista de plantão, Francisco Verrone Júnior, a examinou e solicitou um exame de raio X. “Não tinha ninguém para me levar até a sala e foi meu marido que empurrou a maca. Fiquei esperando por quase duas horas para fazer o exame porque não tinha ninguém para me atender. Perguntava a funcionários, mas não tinha nenhuma resposta.”

Com a chapa em mãos, já por volta das 4h, o médico disse que ela estava bem e que seria liberada pela manhã. “Como sentia muita dor, ele me deu uma injeção e me deixou no corredor. Fazia frio e pedi um cobertor, que não foi providenciado. Como não podia me mexer e a dor não passava, meu marido foi pedir a minha transferência para um hospital do convênio.”

Costa disse que o ortopedista negou a transferência e ele pediu ajuda a uma enfermeira. Ela solicitou ao chefe do plantão que a liberasse. “Minha mulher estava desconfortável e a enfermeira disse que mais 18 pessoas também estavam em macas no corredor.”

Por volta das 6h conseguiram a transferência para o Hospital Cristóvão da Gama, em Santo André. O médico que a atendeu no Cristóvão da Gama deu um diagnóstico diferente para o seu problema. “Fui atendida pelo médico que disse que eu poderia ter fraturado alguma vértebra. O raio X confirmou a suspeita.” Ela ainda usa o colete por não ter se recuperado.  

Peregrinação – Diante da constatação do erro e do atendimento prestado, o casal procurou a Prefeitura. “Mesmo no serviço público não é justificável um atendimento tão ruim. As pessoas que trabalham lá não o fazem de graça, elas são pagas para isso. E a população ainda paga pelo serviço”, disse Marilisa.

O corretor enviou correspondência relatando o caso à Secretaria de Saúde e à Diretoria do Hospital Nardini. Os órgãos protocolaram o recebimento no dia 7 de abril. Ele fez ainda reclamação ao 156.

“Toda semana procuro pela secretária de Saúde (Vilma Maria dos Santos), mas é grande a burocracia. Sua assistente diz que tenho de fazer a reclamação no 156, coisa que já fiz.” Vale lembrar que Vilma, quando respondia pela pasta de Administração, foi responsável pelo programa que, justamente, tinha o objetivo de desburocratizar os serviços públicos.

Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura de Mauá, o caso está sendo avaliado pela comissão de ética médica do Nardini. Ao final desta avaliação o caso poderá ser encaminhado ao Conselho Regional de Medicina se for constatado erro no diagnóstico. A assessoria acrescentou que o corretor só não foi informado deste procedimento porque ligou somente para a Secretaria de Saúde e não ao Hospital Nardini, embora tenha enviado a reclamação à diretoria do hospital, subordinada à secretaria. O Hospital Cristóvão da Gama não quis comentar o caso.




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