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Efeitos negativos da pílula anticoncepcional desaparecem em 10 anos
Do Diário do Grande ABC
08/01/1999 | 14:11
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Os efeitos negativos da pílula anticoncepcional relativos à incidência de mortalidade por câncer e outras doenças desaparecem nos dez anos seguintes após o tratamento, segundo um estudo médico publicado pelo semanário British Medical Journal.

O estudo se estendeu por 25 anos e incluiu 46.000 mulheres. ``Trata-se de uma boa notícia para as mulheres, dado que sabíamos há muito tempo que as mulheres com tratamento de pílulas anticoncepcionais tinham um pouco mais de risco do que as outras de encontrar tais problemas', indicou a médica Valerie Beral, do Fundo Imperial de Pesquisa sobre o Câncer, ao apresentar este estudo.

``Estes novos dados mostram que, dez anos depois de deixar de tomar a pílula, as mulheres recuperam uma taxa de mortalidade idêntica à das que nunca utilizaram esse tipo de anticoncepcional', acrescentou.

Entre as enfermidades mais correntes nas mulheres que tomam pílulas anticoncepcionais figuram diversos transtornos circulatários, em particular trombose e certos tipos de câncer, como o da mama.

Em compensaçao, demonstrou-se que o uso da pílula reduz os riscos de câncer de ovários.

Até agora a natureza precisa e a amplitude dos efeitos da pílula anticoncepcional depois de abandonada sao incertas. Em particular, alguns especialistas manifestavam temores de que o tratamento com pílulas anticoncepcionais aumentará a freqüência de câncer.

Há alguns anos um estudo da médica Valerie Beral havia demonstrado que esses temores careciam de fundamento. Este novo estudo, publicado pelo British Medical Journal, vai mais longe, estima o Fundo Imperial de Pesquisa sobre o Câncer, posto que demonstra também que, ao cabo de dez anos, desaparecem os riscos de contrair outras enfermidades.

Os resultados deste estudo procedem de uma análise permanente da história clínica de 46.000 mulheres que foram acompanhadas por 1.400 médicos britânicos.

No total, 1.599 mortes se registraram em 25 anos, 829 delas devido a um câncer (259 de mama e 115 de pulmao), 205 por enfermidades cardíacas e 125 por ataques cerebrais. Segundo os autores da pesquisa, esse número de mortes é idêntico à da populaçao feminina do mesmo segmento de idade que nunca utilizou a pílula anticoncepcional.

Desde 1961, quando começou a venda, mais de 300 milhoes de mulheres tomaram a pílula anticoncepcional, e os especialistas estimam que atualmente ela é usada por 100 milhoes.




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