Setecidades Titulo Tragédia
Família morre dentro de apartamento em Santo André

Informações preliminares indicam que pai, mãe, adolescente e criança foram envenados por gás; aquecedor da unidade estava sem chaminé

Luís Felipe Soares
Do Diário do Grande ABC
15/07/2019 | 10:05
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Denis Maciel/DGABC


Atualizada às 13h

Família de quatro pessoas foi encontrada morta dentro de apartamento em condomínio na Rua Haddock Lobo, em frente à Praça Kennedy, na Vila Bastos, em Santo André, na tarde de ontem (14). A tragédia teria ocorrido por causa de envenenamento por monóxido de carbono liberado por queima do gás do aquecedor existente na residência. Medição feita pela perícia indiciou que havia mais da substância do que o tolerável no apartamento. Pelo estado de decomposição dos corpos, as mortes devem ter ocorrido entre a noite de sexta-feira e sábado. O caso foi registrado no 1º DP (Centro) de Santo André.

Roberto Yasuhide Utima, 46 anos, Katia Rumi Sasaki Utima, 47, e os filhos Barbara, 14, e Enzo, 3, chegaram de viagem à Disney, nos Estados Unidos, na sexta-feira. A Polícia Militar informou que, na residência, não há sinais de violência nem arrombamento. As malas das férias não haviam sido desfeitas. O chamado à PM foi feito pela irmã de uma das vítimas, depois que encontrou os corpos ao entrar no local para devolver o cachorro. A mulher estava no box do chuveiro, o pai no sofá com a criança deitada em seu peito e a adolescente na cama de cima de um beliche no quarto.

A construtora entregou as unidades com sistema de aquecimento elétrico. Há dez anos, alguns moradores optaram pela conversão. Foi quando foi constatado que o apartamento de Roberto já tinha aquecedor a gás abastecido por um botijão, sem sistema de exaustão. “Há 99% de chances de que (a causa) foi ingestão e envenenamento por monóxido de carbono. O aquecedor a gás está sem a chaminé. Vamos tentar levantar quem retirou essa chaminé do exaustor”, comentou Roberto Von Haydin, delegado do 1º DP.

O elemento tóxico provavelmente foi liberado assim que a mãe ligou o aquecedor para tomar banho. “Com as janelas fechadas, os gases tomaram conta do apartamento. As mortes foram simultâneas”, disse Von Haydin, que interrogou o síndico do prédio e pediu vistoria para verificação da chaminé nos outros apartamentos. Este tipo de item é obrigatório, porque ‘expulsa’ a combustão para fora. O responsável pelo condomínio afirmou que advertiu a família há dez anos para colocar tubulação de exaustão. A viagem teria motivado o fechamento de todas as janelas do local, incluindo uma ao lado do aquecedor.

O entrerro será no cemitério Vale dos Pinheiros, no Jardim Primavera, em Mauá, entre às 16h e 17h.




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