Setecidades Titulo Saúde pública
Mauá restringe atendimento no Nardini no fim de semana

Administração alega superlotação no setor de emergência do equipamento municipal e pede ajuda financeira ao Estado

Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
03/07/2019 | 08:55
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André Henriques/DGABC


 Nem todas as pessoas que precisaram de atendimento de emergência no Hospital de Clínicas Dr. Radamés Nardini, em Mauá, no último domingo, foram acolhidas no local. Devido à lotação da ala vermelha (emergência/choque) do pronto-socorro e dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e falta de efetivo, alguns pacientes foram encaminhados para outras unidades de saúde da região. Conforme denúncias feitas ao Diário, a situação tem sido recorrente aos fins de semana nos últimos três meses.

No caso mais recente, no domingo, ao menos oito vítimas precisaram ser levadas para outros equipamentos de saúde, como o CHM (Centro Hospitalar Municipal) de Santo André e as UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) de Mauá entre 17h30 e 23h. Em média, o PS do Nardini atende 400 pacientes por mês. 

A situação foi comunicada oficialmente pela administração da prefeita Alaíde Damo (MDB) ao Corpo de Bombeiros, Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), Secretaria da Saúde do Estado, serviço de regulação municipal e Cross (Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde) do governo do Estado.

A FUABC (Fundação do ABC), responsável pela administração do hospital, confirmou ao Diário que o atendimento precisou ser limitado e alegou que se trata de “procedimento padrão, acionado sempre que a supervisão do plantão do hospital identifica lotação em alguma área e falta de leitos”. Segundo a organização de saúde, nesta situação, o informe é encaminhado a todas as instâncias para que haja o remanejamento de pacientes para outras unidades que estejam com demanda reduzida. 

Ainda de acordo com a FUABC, a maternidade do Nardini continuou recebendo gestantes e, desde segunda-feira, os “atendimentos seguem sem intercorrências, apesar do grande volume de pacientes encaminhados”. O governo Estadual informou, por meio de nota, que a “Cross está auxiliando no encaminhamento de casos urgentes a serviços de referência do Grande ABC”.

Integrante do Corpo de Bombeiros da cidade denunciou ao Diário que, além da lotação, o hospital estaria com efetivo reduzido. O servidor lembrou que o Nardini é referência para atendimentos de urgência e emergência não só de Mauá, mas também de Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. Segundo ele, a falta de leitos, além de impedir a entrada de novos pacientes, atrasou o trabalho das ambulâncias – os veículos tinham de aguardar de 30 minutos a uma hora por uma maca.

A Prefeitura de Mauá tenta, desde o ano passado, obter maior repasse financeiro por parte do governo estadual para o custeio do Nardini – o hospital demanda R$ 9 milhões mensais e o Estado colabora com cerca de R$ 1 milhão. Na última segunda-feira, em reunião com o secretário da Saúde do Estado, José Henrique Germann, Alaíde solicitou que a contribuição estadual seja ampliada para 50% do custeio da unidade. Conforme o município, “sem apoio, precisará tomar medidas drásticas a partir de setembro devido às suas atuais condições financeiras”. A expectativa é a de que haja retorno do Estado em relação ao tema em 30 dias.

Em junho do ano passado, devido à crise orçamentária da cidade, Alaíde, na época prefeita interina, optou pelo fechamento do PS do Nardini, que passou a atender apenas casos de urgência, ginecologia, psiquiatria e ortopedia.




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