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Aline Lambert: uma mulher invade o território masculino
Dérek Bittencourt
Especial para o Diário
08/03/2008 | 07:30
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Ainda há quem diga que futebol é coisa de homem. Entretanto, já faz tempo que as mulheres estão mais presentes no esporte preferido dos brasileiros. Desde a formação de uma seleção nacional até apitar partidas de Campeonatos Brasileiros, elas têm imposto respeito a muitos marmanjos.

Uma dessas mulheres é a bandeirinha Aline Lopes Lambert. Nascida em Mauá e hoje moradora de Santo André, a árbitra-assistente tem 30 anos, é bancária e professora de educação física.

Sua ligação com o futebol começou na região. “Eu ficava como mesária nos campeonatos amadores de Santo André. No começo, foi para ajudar a custear os estudos, mas depois quis aprimorar meus conhecimentos e acabei me formando no curso de arbitragem”, explica. “Em 2001, comecei a trabalhar como bandeirinha.”

Atualmente, segundo ela, a presença de uma mulher em um meio predominantemente masculino é diferente de quando ingressou na carreira. “Hoje, já não é mais tão machista e a aceitação é maior. Naquela época, a gente trabalhava em dupla ou em trio, para dividir a responsabilidade. Mas quando eu entrei, já sabia que teria esse preconceito”, explica.

Dentro deste meio, as mulheres têm algumas peculiaridades e a bandeirinha conta algumas delas. “Além da preparação física natural que é feita antes do jogo, tiramos uns 20 minutos para arrumar o cabelo, passar maquiagem, creme e perfume”, revela. “É muito diferente dos homens, apesar de ter alguns que também se perfumam antes das partidas.”

Outro fato que acontece exclusivamente com elas é o fato de receberem cantadas em campo. “É normal acontecer, principalmente nas categorias de base. Mas no profissional também acontece. Eu levo na brincadeira”, diz.

Neste sábado se comemora o Dia Internacional da Mulher e, para Aline Lambert, a data é muito relevante para o sexo feminino. “É um dia para ratificar a mudança que está acontecendo. As mulheres estão conquistando seu espaço, e não só no futebol como em todas as áreas. É uma data muito importante para que as diferenças diminuam.”

A bandeirinha revela um sonho que pretende realizar em breve: ser mãe. “Penso nisso. É um grande desejo para todas as mulheres, mas devo fazer isso antes de encerrar a carreira, porque aos 45 ano (idade limite para ser árbitro), já não dá mais”, brinca. “Daqui a uns três anos, no máximo, pretendo realizar este sonho”, conclui Aline, que é solteira.




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