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Polícia Militar instala base e Terminal Utinga reabre à população
Evandro Enoshita
Diário do Grande ABC
05/11/2009 | 07:45
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Depois de dois dias fechado devido a protestos contra a morte de um jovem atropelado por um micro-ônibus, o Terminal Utinga voltou a funcionar às 5h desta quinta-feira. O retorno à operação acontece após a Polícia Militar se comprometer a manter a segurança no local, segundo informou o Consórcio União Santo André, que opera o transporte por ônibus na região. Durante as manifestações, coletivos e o terminal foram depredados.

O gestor executivo do consórcio, Luiz Marcondes de Freitas Júnior, contou que, para a proteção das instalações e dos usuários, foi fechado acordo junto ao comando do 10º Batalhão da Polícia Militar, para que uma base móvel fique no local. O posto deve ficar por lá até as 19h. Depois, a segurança será feita por viaturas.

O tumulto que fechou o terminal começou às 22h de segunda-feira, quando um micro-ônibus desgovernado, da Viação Guaianazes (que integra o consórcio), atropelou quatro pessoas. O estudante Wesley Ribeiro da Silva, 15 anos, morreu. Vizinhos da favela do Cigano destruíram três coletivos, um guincho e as instalações do terminal. O motorista do coletivo, Amarildo Mariano da Silva, 33, foi preso em flagrante, mas acabou solto ontem.

A interrupção do tráfego de veículos no terminal, sob o Viaduto Juvenal Fontanella, causou transtornos para quem precisa tomar a condução no local. Os ônibus foram desviados para a Praça Mário Guindani, a cerca de um quilômetro do local. Seis funcionários do Consórcio União Santo André estiveram no fim da tarde de ontem no bairro para avaliar a situação. No terminal, as marcas do tumulto continuavam visíveis: postes de luz seguiam jogados ao chão e as placas que indicam paradas dos coletivos nas plataformas, totalmente entortadas.

A destruição ocorreu na base dos fiscais de linha. Objetos pessoais estavam espalhados pelo piso, junto de cacos de vidro e restos de móveis queimados. Pias e vasos sanitários foram quebrados, deixando apenas vazamento onde antes havia banheiro.

Por meio de nota, a Prefeitura de Santo André afirmou que deverá se reunir hoje com a direção do consórcio para definir um cronograma de restauração do terminal. A nota informou ainda que a Prefeitura pretende construir uma lombada antes da curva fechada onde ocorreu o acidente.

Passageiros reclamam da perda de tempo

Os usuários do transporte coletivo tiveram que adaptar seus horários por conta do fechamento do Terminal Utinga, após a manifestação da noite de segunda-feira.

Grávida de quatro meses, a analista de sistemas Lilian Barros, 31, teve que sair de casa 40 minutos mais cedo para compensar a mudança de rotina.

"Agora, eu tenho que caminhar da Praça Mario Guindani até a Estação Utinga da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) para pegar o trem e fazer o mesmo caminho na volta. É muito cansativo e perigoso", lamentou-se Lilian.

Já o operador de teleatendimento Fernando Cezar Calisto, 25, arriscou sair de casa no seu horário de costume e quase chegou atrasado ao trabalho. "Agora eu preciso pegar dois ônibus só para ir até a estação da CPTM."

Ainda na tarde de ontem, alguns usuários de ônibus não sabiam do fechamento do terminal, como o caminhoneiro Carlos Magno, 44."Esperei o ônibus por dez minutos no Terminal Utinga, até que me falaram que os ônibus não estavam passando lá. Isso é muito ruim. A gente chega cansado, e precisa andar ainda mais", comentou.




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