Economia Titulo Emprego
Geração de vagas cai
63% no 1º trimestre

Segundo MTE, setor industrial é o principal responsável
pela retração no saldo de novas vagas de janeiro a março

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
17/04/2012 | 07:12
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O Grande ABC registrou, no primeiro trimestre, a geração de 3.508 postos de trabalho com carteira assinada, 63% menos do que as 9.549 vagas abertas no mesmo período de 2011. O ritmo menor ocorre apesar da ligeira alta de 5% em março: quando foram criados 2.390 empregos, frente aos 2.272 gerados no mesmo mês do ano passado.

Os dados, divulga dos ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego, mostram ainda que o setor industrial é o principal responsável pela retração no saldo de novas vagas de janeiro a março e foi a atividade que impediu que a recuperação, no mês passado, fosse mais expressiva.

Nos três primeiros meses do ano, foram cortados 2.541 empregos nas fabricantes da região. "Esse é o grande problema regional. Pelo fato de concentrarmos indústrias, acabamos sofrendo mais (que outros locais do País)", assinala o economista Dalmir Ribeiro, diretor do departamento de indicadores socioeconômicos da Prefeitura de Santo André.

Apenas em março houve a eliminação de 1.075 vagas na área industrial nos sete municípios. "Isso não me surpreende, o setor de autopeças tem passado por grande dificuldade, por causa dos importados (a forte entrada de produtos do Exterior no País)", afirma o vice-diretor da regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de São Bernardo, Mauro Miaguti.

OUTROS SEGMENTOS - Os dois grandes geradores de vagas no Grande ABC neste ano são serviços e construção civil. O primeiro deles abriu 3.577 postos no trimestre, enquanto o segundo gerou 1.368, dos quais 1.094 (ou seja, quase 80%) só em março.

Há fatores que colaboram para que os lançamentos de imóveis continuem, cita a diretora adjunta da regional do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de São Paulo), Rosana Carnevalli. "A Caixa (Econômica Federal) baixou os juros e está dando prioridade ao programa Minha Casa, Minha Vida e o financiamento está mais acessível", afirma.

QUALIDADE - Ribeiro observa que a redução nas vagas na indústria e o crescimento em serviços e, principalmente, na construção civil significam que, mesmo com a ligeira reação do emprego no mês passado, a geração de postos está mais concentrada em áreas que, de forma geral, pagam menos e são mais precarizadas. Para ele, seria importante mais investimento em Educação, por parte dos governos, e também de treinamento dentro das empresas.




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