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A decisao foi comemorada por partidários dos parlamentares, principalmente seguranças de Fausto Martello, que lotaram os 60 lugares da galeria e duramente criticada por sindicalistas e funcionários públicos que também acompanharam a sessao. Parlamentares do PT, que apresentou o pedido de cassaçao, nao descartam reeditar o requerimento por conta de outras acusaçoes que correm contra Martello, Celeste e Figueiredo na Justiça.
Os vereadores Orlando Fantazini (PT), Gasparino Romao (PFL) e o presidente em exercício da Casa, Sebastiao Bispo, o Alemao (PSDB) defenderam mudanças no Regimento Interno da Câmara que prevê votaçao secreta nesses casos. "A populaçao precisa saber o que o vereador pensa e como ele vota para nao confundir alguns integrantes da Casa com o seu conjunto", disse Alemao.
Prisao - Em 1997, quando a Câmara vacilava em afastar o ex-prefeito Néfi Tales, Fantazini apresentou uma proposta de abertura nas votaçoes, rejeitada pelos vereadores. Tales está preso há 17 dias no 13º Distrito Policial, da Casa Verde, zona norte da capital, sob acusaçao de falsidade ideológica, enriquecimento ilícito e formaçao de quadrilha.
Ele só foi cassado pela Câmara, em dezembro de 1998, depois de afastado judicialmente. Dos três, Martello foi o que correu maior risco de ser cassado. Ele teve 12 votos favoráveis à sua cassaçao, três contrários, três brancos e três nulos. Eram necessários 14 votos, dois terços da Câmara, para cassar os parlamentares.
No caso de Oswaldo Celeste, presidente afastado da Casa, a votaçao foi de 11 votos favoráveis, cinco contrários, três em branco e dois nulos. Wanderley Figueiredo teve a acusaçao rejeitada por 10 votos favoráveis à cassaçao, três contrários, cinco nulos e três brancos.
Justiça - O resultado acabou confirmando o prognóstico do diretor de plenário da Câmara, Sérgio Deboni, principal testemunha de acusaçao dos vereadores. "Nao acredito que a Casa casse os vereadores; confio somente na açao do Ministério Público e da Justiça", afirmou, pouco antes do início da votaçao.
"Corrupto nao cassa corrupto", gritaram várias pessoas no plenário. "Podem procurar outro emprego, que em outubro nós vamos dar o troco", disseram outros, em referência às eleiçoes de vereadores e prefeitos.
Autor do pedido de cassaçao, o presidente do PT de Guarulhos, Edmílson Souza, afirmou que a Câmara perdeu uma chance de fazer justiça. "Mais uma vez a Justiça vai tomar medidas que a Câmara se recusou a tomar", previu.
Proporcionalidade - Os defensores dos parlamentares, advogados Alberto Rollo, Francisco Otávio de Almeida Prado e José Carlos Patrao, tentaram desqualificar as denúncias de Deboni e dos fornecedores. Segundo Prado, a formaçao da Comissao Processante nao respeitou a proporcionalidade partidária da Câmara.
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