Com capacidade para 768 presos, a Penitenciária Compacta de Avanhandava, na região de Araçatuba, a 545 quilômetros da capital paulista, vai se tornar referência do PCC (Primeiro Comando da Capital) no interior de São Paulo. Os 659 detentos que ocupam a prisão, todos ligados ao CRBC (Comando Brasileiro Revolucionário do Crime), serão transferidos para outras penitenciárias e seus lugares serão ocupados por 1,2 mil presos do PCC.

A troca, que vai dobrar a população carcerária na unidade, foi a solução encontrada pela Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) para abrigar tantos presos ligados ao PCC. Por questões de segurança a SAP não coloca, num mesmo presídio, detentos de duas facções rivais, o que complica a distribuição.

“Não temos outra saída. Os presídios controlados pelo PCC estão superlotados, enquanto os controlados por outras facções estão abaixo da capacidade da lotação”, explicou um diretor da SAP, que não quis ser identificado.

Em nota, a assessoria da SAP informou que a secretaria não comenta o assunto por questões de segurança. A situação piorou depois das rebeliões ocorridas a partir de maio, quando o PCC destruiu sete presídios sob seu domínio. Na semana passada, a situação se agravou com a retirada de 2,6 mil detentos de Araraquara e Mirandópolis que tiveram de ser esvaziados para obras de reforma. Antes, já tinham sido removidos outros 2,4 mil detentos de Iperó, Itirapina, Avaré e Valparaíso.

A transferência dos 659 detentos de Avanhandava estava marcada para segunda-feira, mas foi adiada por questões administrativas, segundo a Polícia Militar. Eles devem ser removidos para a Penitenciária de Presidente Prudente, no Oeste do Estado, onde a ocupação é menor por conta de obras de reformas.