Nos últimos seis meses, os moradores das ruas José Silvério e Eurípedes Sbrana Neto, no Jardim Maria Eneida, em Mauá, temem todos os dias a possibilidade de ser pegos de surpresa por desabamento das vias. Isso porque a terra do barranco que margeia as ruas está cedendo.

A esperança seria a construção de um muro de arrimo, financiado pela própria vizinhança. A obra, no entanto, foi embargada no dia 23 de julho, por ordem da Secretaria de Habitação.

"Meu marido perdeu dez sacos de cimento e R$ 1.000. Falaram que a gente queria se apossar do terreno, que é da Prefeitura", destacou a dona de casa Maria Aparecida da Silva, 38 anos.

O mato e a terra aos poucos toma conta do lugar onde já poderia estar instalado o muro. Vergalhões metálicos lembram da obra que nasceu e morreu no mesmo dia. "Foi a gente começar a construir para a fiscalização aparecer."

Apesar de proibir a obra, a administração municipal não teria sinalizado aos moradores sobre a possibilidade de iniciar a construção da estrutura de reforço. Com as chuvas dos últimos dias, a situação piorou. Partes da calçada já desceram encosta abaixo.

Na segunda-feira, como medida paliativa, a Prefeitura realizou a constução de uma miniatura de muro de contenção (uma fileira de blocos unidos por cimento próximos à sarjeta), o que foi considerado insuficiente pelos moradores.

Questionada, a Prefeitura não se manifestou.