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Comércio exterior da China desaba com a crise mundial
Da AFP
11/08/2009 | 08:34
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A China, terceira maior economia mundial, amplamente dependente de suas exportações, sofreu em julho com a situação mundial "difícil", declarou nesta terça-feira um alto funcionário do governo, acrescentando que o crescimento do país está condenado fortemente aos gastos do governo.

As exportações registraram uma forte baixa em julho em um ano, apesar de terem aumentando em relação ao mês de junho, mas os investimentos em capital fixo continuam forte, segundo o governo.

"O ambiente internacional difícil afetou nossas exportações", disse Li Xiaochao, porta-voz do Escritório Nacional das Estatísticas. "O crescimento da produção industrial de alguns setores foi um pouco lento", disse, em entrevista à imprensa em Pequim.

A China conheceu no primeiro semestre um crescimento de 7,1%, bem longe do nível dos dados aos quais estava acostumada antes da crise, entre 2003 e 2007. O governo se fixou como meta 8%, piso necessário, segundo alguns analistas, para evitar uma forte degradação do mercado de trabalho.

As alfândegas anunciaram nesta terça-feira que as exportações em julho foram de US$ 105,4 bilhões (mais de 74 bilhões de euros), em queda de 23% em um ano. No entanto, o dado representou uma alta de 10,4% em relação ao mês de junho, indicando uma certa retomada, destacou o comunicado das alfândegas.

"As exportações devem começar a retomada no quarto trimestre, enquanto o setor imobiliário continua forte", disse Li Huiyong, economista da Shenyin and Wanguo Securities em Xangai.

As importações caíram 14,9% no mês passado em ritmo anual, pois a terceira economia mundial registrou um superávit comercial em julho de US$ 10,6 bilhões, contra US$ 8,4 bilhões em junho e US$ 13,4 bilhões em maio. Os últimos dados mostram o lugar importante dos gastos governamentais para sustentar o crescimento.

Os investimentos em capital fixo nas zonas urbanas da China aumentaram 32,9% entre janeiro e julho em relação ao mesmo período de 2008, um efeito das medidas de retomada adotadas pelo governo, porque os motores do crescimento são principalmente as infraestruturas e o setor imobiliário.

Os investimentos continuam fortes, apesar de uma leve queda em julho, em relação ao primeiro semestre, quando aumentaram 33,6%.

A produção industrial, que reflete a demanda global de bens, cresceu 10,8% em julho, em relação ao mesmo mês no ano anterior, contra alta de 10,7% em junho.

As vendas do varejo, principal indicador do consumo, aumentaram 15,2% em variação anual em julho, contra 15% um mês mais cedo. As vendas do varejo são um dos indicadores de consumo na China que as autoridades pretendem incentivar.

Seu volume está, no entanto, ligado à inflação, que atingiu 5,9% em 2008, quando este ano o índice dos preços ao consumo caiu. Em julho, pelo sexto mês consecutivo, o índice foi negativo (-1,8%).

"Estamos otimistas para a economia no segundo semestre, porque o crescimento do consumo se manterá estável, enquanto os investimentos continuarão avançando", considerou Hao Daming, economista da Galaxu Securities, que prevê um crescimento de 8,3%.




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