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Camelôs eram obrigados a comprar de ex-fiscal
Luciano Cavenagui
Do Diário do Grande ABC
11/03/2007 | 21:55
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O ex-chefe de fiscalização da Coordenadoria de Segurança Alimentar de Mauá, Francisco Carlos Martinez, o Pancho, é acusado de obter vantagens financeiras do comércio de doces realizado dentro do Terminal Rodoviário.

Segundo ambulantes que trabalhavam no local, Pancho, antes de ser exonerado do cargo pelo prefeito Leonel Damo (PV) na semana passada, obrigava todos os camelôs a comprarem mercadorias na Associação dos Ambulantes do Terminal Rodoviário, controlada por ele. O negócio movimentava por mês cerca de R$ 150 mil. Quem se recusava a comprar na associação era expulso do terminal, tinha a licença cassada e deixava de faturar cerca de R$ 800 mensais.

Pancho e seu subordinado, o fiscal Vagner Gomes dos Santos, 34 anos, foram exonerados quinta-feira passada pelo prefeito. A decisão ocorreu após Santos ser preso em flagrante ao receber R$ 1 mil de propina de um feirante em caso de extorsão. Pancho foi indiciado pelo crime. Somente quem é da associação podia trabalhar no terminal, segundo acordo feito com a Prefeitura. “Eu fui expulso porque me rebelei contra o esquema. Queria comprar em lugares mais baratos e não deixavam”, afirmou um camelô.

“Muitos ambulantes compravam na minha loja e foram proibidos por Pancho ao ver o faturamento do negócio”, disse o comerciante Edivan Tomás, 38 anos. A vice-presidente da associação, Miriam dos Santos, negou o monopólio de venda e a influência de Pancho. O advogado dele, Alexandre Oliveira, afirmou que ele e seu cliente não iriam se pronunciar sobre o assunto.



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