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Iraque anuncia novo acordo de reconciliação
Da AFP
27/08/2007 | 11:22
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Os dirigentes xiitas, sunitas e curdos do Iraque se comprometeram a relançar o processo de reconciliação nacional, aceitando resolver os problemas-chave que os opõem, anunciou na noite deste domingo o gabinete do presidente iraquiano, Jalal Talabani, em um comunicado.

Os principais grupos políticos e religiosos do Iraque conseguiram um difícil acordo para favorecer a reconciliação nacional, o que satisfaz os Estados Unidos, mas que ainda deve provar sua eficácia para acabar com a violência que assola o país.

Os líderes iraquianos concordaram em aliviar as restrições impostas a ex-membros do partido Baath de Saddam Hussein, para realizar eleições locais -uma das principais reivindicações do governo americano- e ajudar as forças de segurança a deter a violência no país, destacou o informe.

Reconciliação - O primeiro-ministro iraquiano, o xiita Nuri al Maliki, o presidente Talabani, curdo, o vice-presidente sunita, Tarek al Hashemi, o vice-presidente xiita, Adel Abdel Mahdi, e Masud Barzani, presidente da região semi-autônoma do Curdistão, apareceram na televisão pouco depois da publicação do comunicado.

"Após uma série de reuniões de líderes políticos nas circunstâncias em que o país vive, decidimos fazer sérios esforços para superar a crise política e de segurança no Iraque", disse o documento.

O texto acrescentou que os cinco líderes aceitaram a Lei de Reconciliação e Responsabilidade "para garantir a justiça e a transparência para todos".

A lei, que ainda terá de ser aprovada pelo Parlamento, substitui a lei destinada a acabar com estruturas criadas pelo partido Baath durante o regime de Saddam Hussein e pretende limitar as restrições aos ex-membros do partido que quiserem ocupar cargos governamentais e militares.

"Os líderes concordaram em realizar eleições locais e continuar dialogando sobre questões polêmicas como as reformas constitucionais e a lei do petróleo" e acordaram ainda em "conter a deterioração da segurança e trabalharão com as forças multinacionais para lutar contra o terrorismo e as milícias sem distinção de filiação política", acrescentou o comunicado.

Felicitações - A Casa Branca anunciou, logo em seguida, que este acordo é um sinal importante da disposição das autoridades iraquianas de trabalhar pela reconciliação nacional.

"Felicitamos os líderes iraquianos pelo importante acordo ao qual chegaram hoje em Bagdá. O acordo é um símbolo importante de seu compromisso para trabalhar em equipe em benefício de todos os iraquianos", declarou a Casa Branca em comunicado procedente de Crawford, o rancho texano onde o presidente George W. Bush está passando suas férias.

O esforço para tirar o país da crise política coincide com as fortes pressões dos líderes americanos. Daqui a dois dias, o embaixador Ryan Crocker e o general David Petraeus, chefe das forças da coalizão, entregarão seu relatório sobre o Iraque no Congresso.

Ressalva - A presença neste domingo do vice-presidente Al-Hachemi, representante do grupo político sunita, não significa, porém, a volta de fato do bloco sunita ao seio do governo.

O governo iraquiano está paralisado há vários meses por controvérsias entre sunitas e xiitas que provocaram a saída ou o boicote de 17 dos 40 ministros.

Os apelos à substituição do primeiro-ministro iraquiano se multiplicaram nos últimos dias, e as pressões aumentaram nos Estados Unidos para que o presidente Bush incentive Maliki a agir para acabar com a violência e os conflitos religiosos.




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