Os moradores da rua Regente Lima e Silva, no bairro de Ferrazópolis, em São Bernardo, sofrem com o entulho que é depositado em um terreno próximo desde o fechamento do lixão do Alvarenga. De acordo com o segurança Milton Aparecido Mistrão, 56 anos, os moradores do Jardim Limpão descarregam o lixo na passagem Santa Isabel, que desliza morro abaixo. É um lixão vertical. “São sofás, pedras, fogões e até geladeiras que eles atiram lá de cima”, disse.

Algumas casas já foram atingidas, como a da dona de casa Maria Felipe de Melo, 51, que ficou um dia sem água devido a uma pedra que foi arremessada sobre a laje e afetou o sistema hidráulico da residência. Um outro caso foi o do montador Fábio Henrique de Andrade, 20, que teve o pára-brisa do seu carro quebrado e uma lateral toda amassada. O motorista Ivando Moreno Chaves, 29, foi atingido por uma pedra e levou 13 pontos.

Mistrão conta que o problema começou há três anos, com o início da construção das casas de alvenaria. Assim que surgiram os primeiros problemas com o entulho, o segurança entrou em contato com a Prefeitura de São Bernardo, que não pôde fazer nada. “Fui à Prefeitura e lá me disseram que a área é da Eletropaulo. Não consta nenhum tipo de processo e não é uma área de manancial. Gostaríamos que a Prefeitura fizesse um espaço destinado ao entulho, colocasse caçambas, ou construisse um muro de arrimo.”

O secretário de Serviços Urbanos de São Bernardo, Gilberto Frigo, afirmou que a coleta de lixo é feita com regularidade e que há a operação Bota Fora. “Durante o ano, o caminhão passa quatro vezes em todas as ruas da cidade. Entregamos panfletos duas semanas antes para os moradores separarem o que vai ser jogado fora.” Para pedir a colocação de caçambas, os munícipes devem ir ao Poupatempo e entrar com um requerimento para a abertura de um processo, que será analisado pela Secretaria. A Eletropaulo garante que até a próxima sexta-feira, dia 27, enviará uma escavadeira para fazer a limpeza do local. Também está em estudo a construção de um muro, mas isso depende de uma aprovação da Petrobrás, pois existem dutos da empresa no local.