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Cerimônia para todos os gostos

Diversidade e aproximação com universo pop fazem parte do recheio da atual festa do Oscar

Luis Felipe Soares
24/02/2019 | 07:59
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Reconhecimento de projetos coletivos, consagração de trabalhos individuais, decepção de não vencer e possíveis surpresas fazem parte do pacote do que está por vir hoje à noite durante a cerimônia do Oscar 2019. O mais famoso prêmio do mundo do cinema chama a atenção da crítica e do público por colocar em xeque grandes favoritos, abrir espaço para secundários e festejar os diferentes setores em torno da indústria da sétima arte – mesmo que a maior parte dos espectadores esteja de olho mesmo na presença das estrelas, como Chris Evans, Charlize Theron, Javier Bardem, Daniel Craig, Jennifer Lopez, Jason Momoa e Whoopi Goldberg.

“O cinema norte-americano – e pouquíssimos outros, como o indiano e o nigeriano, mas estes praticamente são restritos a seus próprios países – é uma indústria, tem normas, formas e visa o lucro. Isso não é ruim. Mas orienta o modelo e o formato. Neste sentido, sim, o Oscar é o mais importante prêmio do cinema. E é uma festa que se reinventa, porque assim faz a indústria, não é estática, haja vista a inclusão de filmes exibidos em uma plataforma muito contemporânea: o streaming”, comenta Júlio Pessoa, cineasta e coordenador da Escola de Cinema e Vídeo de Santo André. Ele finaliza a fala fazendo referência a Roma, produção da Netflix que briga por dez estatuetas, incluindo melhor filme e melhor diretor para o mexicano Alfonso Cuarón, vencedor do mesmo prêmio por Gravidade (2013). Para concorrer em eventos, algumas sessões em cinemas foram realizadas.

NOVOS HORIZONTES
Parte do desafio da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood não passa apenas por fazer com que seus cerca de 7.000 integrantes mantenham critérios altos para avaliar os candidatos nas 24 categorias que terão os vencedores revelados durante as mais de duas horas de programação. Trata-se de show à parte no qual os níveis de audiência são levados em conta e é preciso buscar novidades sempre. Foi essa abertura de leque que permitiu grande número de indicados no maior prêmio da noite desde 2010, como havia no passado nas décadas de 1930 e 1940. A diversidade atual é tamanha que obras derivadas de quadrinhos e de relações LGBTs (tema por trás de A Favorita) e lembranças de artistas negros (caso de Spike Lee e seu Infiltrado na Klan) e latinos têm ganhado espaço a cada ano, com inclusão fazendo cada vez mais parte do vocabulário do evento.

O aspecto popular também tem movimentado a agenda do Oscar. É na música que a celebração de hoje tenta ganhar força e gerar repercussão, muito por conta de Rami Malek e sua corrida pela homenagem como melhor ator por sua personificação de Freddie Mercury em Bohemian Rhapsody e pela esperança de Lady Gaga vencer como melhor atriz na versão moderna de Nasce Uma Estrela. Ao lado da popstar, o ator Bradley Cooper subirá ao palco para performance da canção original Shallow e a banda Queen irá abrir a cerimônia para simplesmente festejar o longa-metragem sobre seu saudoso ex-vocalista – o grupo britânico não concorre a nada. Sem apresentador, não haverá monólogo inicial e cabe ao rock levantar os ânimos.

Segundo Pessoa, a aventura de um rei africano que briga por seu povo de maneira política e com ajuda de super-poderes pode surpreender concorrentes ‘sérios’, como os favoritos Roma e Green Book: O Guia. “Filmes do universo pop sempre fizeram parte da premiação”, explica. “O caso de Pantera Negra, este sim, é inovador. Protagonistas negros, baseado em HQ e, o fundamental, um filme excelente! É a grande novidade do Oscar e muito bem-vinda.”  




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