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Malan diz que entrada de Armínio era prevista
Do Diário do Grande ABC
02/02/1999 | 11:38
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O ministro da Fazenda, Pedro Malan, disse há pouco que há vários dias ele e o presidente do Banco Central, Francisco Lopes, colocarem seus cargos à disposiçao do presidente Fernando Henrique Cardoso, à luz do clima de incertezas do regime cambial. Nos primeiros dias que se sucederam à mudança, segundo o ministro, houve inquietaçoes e turbulências que sao normais em qualquer país que tenha feito mudanças no regime cambial. Ele disse que, na sexta-feira, houve exageros. Mas lembrou que afirmou, entao, que aquelas taxas nao se sustentariam. Entao, ele e o presidente do BC resolveram deixar o presidente da República à vontade para substituí-los. Ele chegou a formalizar o pedido de demissao, como recordou há pouco, mas o presidente nao o aceitou e exigiu sua permanência no cargo. Malan concordou porque é funcionário público. No caso do BC, o presidente pediu uma sugestao, e Malan sugeriu o nome de Armínio Fraga, e o presidente vai levar a indicaçao dele ao Senado.

O ministro da Fazenda, Pedro Malan, disse há pouco, na entrevista que está concedendo agora, que o novo presidente do Banco Central, Armínio Fraga, "é um dos melhores economistas do Brasil, PhD em Princeton, nos Estados Unidos". Segundo Malan, Fraga "é um dos melhores operadores" e "faz um trabalho admirável". O ministro da Fazenda lembrou que Fraga já tinha concordado em voltar ao Brasil nos próximos 4 meses, com a família, e que o governo já havia decidido "que ele se incorporaria à equipe econômica". O que está sendo feito agora, segundo Malan, "é uma antecipaçao" da entrada de Fraga no governo.

O ministro da Fazenda, Pedro Malan, disse há pouco que preferiu nao antecipar os nomes dos novos diretores do Banco Central. O assunto, segundo Malan, vai ser objeto de conversaçao entre Armínio Fraga e Chico Lopes. "Há vagas no BC a serem preenchidas, mas nao seria cabível antecipá-las agora", disse.

De acordo com o ministro, o nome de Fraga - para ocupar uma assessoria especial da Fazenda enquanto seu nome nao é aprovado pelo Senado - já está no Diário Oficial desta terça-feira.

O ministro Pedro Malan, respondendo ao questionamento de um jornalista sobre o fato do investidor George Soros, para quem Armínio Fraga trabalhava, vir criticando a política econômica adotada pelo Brasil, afirmou que futuro presidente do BC desligou-se "totalmente e integralmente" de qualquer atividade profissional, nao havendo qualquer relaçao entre a opiniao pessoal de seu antigo empregador e suas próprias opinioes.

O ministro da Fazenda, Pedro Malan, afirmou ainda em sua entrevista, que Armínio Fraga, escolhido para substituir Francisco Lopes na Presidência do Banco Central, "tem total afinidade" com a recente decisao do governo de liberar o câmbio "e com a orientaçao geral da política econômica do governo".

Segundo Malan, "o pesar pela saída de Francisco Lopes é compensado pelo ingresso (no governo) de uma pessoa do calibre de Armínio Fraga".




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