Nestlé, Cargill e ADM (Archer Daniels Midland), três gigantes da indústria alimentícia, foram acusadas por defensores dos direitos das crianças diante de um tribunal californiano. A primeira audiência está prevista para a próxima segunda-feira.

Em julho, o ILRF (Fundo Internacional pelos Direitos Trabalhistas) apresentou uma queixa em um tribunal de Los Angeles contra os três grupos em nome de três jovens malineses, representantes de milhares de crianças que teriam sido vítimas de tráfico de mão-de-obra barata para plantações de cacau na Costa do Marfim, onde teriam sido castigadas e forçadas a trabalhar até 14 horas por dia.

A advogada da ILRF, Natacha Thys, declarou que as organização de defesa acusam os três grupos - clientes de plantadores de cacau - de terem violado diferentes convenções internacionais sobre a proteção dos direitos das crianças.

A ILRF lembra ainda que os fabricantes de chocolate teriam se comprometido em 2001 a estabelecer até julho de 2005 um sistema de certificação de fornecedores de cacau para garantir que não empregaram crianças nas plantações e que trataram corretamente seus assalariados. O prazo venceu em 1º de julho e o protocolo continua sem ser aplicado.