O policial militar Guilherme Vieira Correia, 26 anos, acusado de matar duas pessoas da família da ex-namorada no último domingo, na Vila São Pedro, em São Bernardo, respondia processo administrativo demissório na corporação.
O soldado havia sido transferido para o setor administrativo do 40º Batalhão da Polícia Militar – que responde por bairros como Riacho Grande, Alvarenga e Parque dos Pássaros – em agosto do ano passado por transgressões disciplinares, como faltas e não-cumprimento de suas funções. Ele não podia fazer rondas nem plantões de madrugada.
A situação de Correia se agravou após ter atacado uma colega, com quem mantinha relacionamento afetivo com tapas, socos e ameaças, um mês após a transferência de função. Detido em flagrante, foi encaminhado à prisão e passou a receber acompanhamento médico.
Segundo o comandante interino do batalhão, o major Márcio Eduardo Rodrigues Bueno, o policial nunca foi um soldado exemplar. “Ele estava proibido de usar arma de fogo. A arma utilizada no crime (duas pessoas foram mortas e outras três ficaram feridas) dever ter sido adquirida de forma irregular”, diz.
Apesar das evidências, o comandante e os colegas de Correia foram pegos de surpresa com a atitude do policial. “Foi uma grande surpresa o que aconteceu. Um crime bárbaro, passional, motivado por questões particulares. Uma decepção para todos nós”, afirma o major.
A ordem dada ao efetivo da PM é de captura. O soldado está com a prisão preventiva decretada desde a tarde de anteontem. “Estamos movendo todos os esforços na tentativa de capturá-lo”, garantiu o major.
Segundo parentes e amigos da ex-namorada Márcia de Carvalho, 21 anos, o policial fazia ameaças de morte à família. A operadora de caixa seria obrigada a morar com Correia. “Ele ligava para todos nós e dizia que iria nos matar se a Márcia largasse dele. Ela tentou fugir várias vezes, mas ele sempre descobria o esconderijo dela”, afirma uma amiga.
Testemunhas do crime afirmam que o comportamento violento do PM passava despercebido na maior parte das situações. “Ele parecia uma pessoa calma, mas quando estourava era para valer. No domingo, ele atirou para matar. Prova disso é que a casa ficou inteira. Os tiros foram certeiros”, completa a amiga, que prefere não ser identificada.
Até a noite de ontem, Guilherme Correia permanecia foragido da polícia. A ex-namorada também seguia escondida pelos familiares, com medo de ser mais uma vítima do policial.Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.