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Ainda no calor dos trágicos acontecimentos que se sucederam após o rompimento da barragem de Mariana, em Minas Gerais, que culminou na morte de 19 pessoas, devastação de um povoado inteiro e inúmeros danos ambientais, 226 deputados formaram uma frente parlamentar que tinha como objetivos principais difundir a importância da mineração no Brasil, defendendo a política de incentivos e desenvolvimento do setor, medidas de prevenção e a conservação do potencial minerário em todo o território nacional. O protocolo de formação do grupo foi feito em 25 de fevereiro de 2016, três meses depois da tragédia.
As intenções pareciam apropriadas e necessárias. O Brasil e o mundo estavam chocados com a devastação causada pela onda de lama tóxica e todos exigiam providências. Foi aí que os integrantes do Parlamento, incluindo Alex Manente e Vicentinho – que deveriam representar os interesses do Grande ABC –, resolveram mostrar serviço.
Entretanto, os dias se passaram, o assunto perdeu força e o ânimo dos deputados, sabe-se lá por qual motivação, se esvaiu. O resultado disso é que, mais de três anos depois da formação, a tal frente que prometia fazer e acontecer está à beira da morte por inanição, sem que nenhuma reunião tenha sido realizada em todo esse período.
A coisa fica ainda mais grave quando um segundo rompimento ocorre, em situação absolutamente semelhante e com consequências ainda piores, visto o número de vidas soterradas pelo mar de rejeitos.
Se o flagelo de Brumadinho mais uma vez deixou atônitos o Brasil e o mundo frente ao descaso com a vida, também mostra que nenhuma lição foi tirada de Mariana.
Revela também o modus operandi da classe política, sempre ávida por holofotes e flashes. Gente que não tem o menor pudor de aproveitar-se do infortúnio alheio para ganhar preciosos momentos de fama. Fazer jogo de cena e aparecer para a torcida. Apenas mirando votos em eleições futuras.
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