Dia agitado nos bastidores do Santo André. Ontem, a diretoria definiu a venda do atacante Rychely ao futebol russo e selou acordo sobre a rescisão do contrato do lateral-direito Cicinho, atualmente no Palmeiras. Com as duas negociações, o Ramalhão embolsou R$ 550 mil, quantia que chega em bom momento ao clube.

A transferência de Rychely ao modesto Alania, da Primeira Divisão da Rússia, girou em torno de R$ 1 milhão. Deste valor, 40% é do Santo André, ou seja, R$ 400 mil, enquanto o restante é do América-SP. Ontem, o jogador chegou a subir a campo com o restante do elenco, mas antes de a atividade iniciar, foi dispensado pelo técnico Pintado e nem viajou com o time para Mirassol, onde pega a equipe da casa amanhã pelo Paulistão).

Nascido no calor do Maranhão e criado no clima tropical de Rondônia, o atacante se prepara agora para o frio que varia entre -5ºC e -15ºC. "Será difícil porque nunca fiquei em um lugar assim, mas com o tempo espero acostumar", disse Rychely, que vê a transferência como oportunidade de abrir portas na Europa. "Para mim é uma boa, tenho trabalhado para isso. Tenho muita gratidão ao Santo André, que me abriu as portas e espero voltar um dia para ser campeão", emendou.

Segundo o diretor de futebol Juraci Catarino, o negócio foi bom para ambas as partes. "O Santo André depende dessas negociações para poder girar e esta veio em um momento importante. Mas é vantajoso também para o atleta, para abrir mercado na Europa", comentou.

Em relação a Cicinho, ontem pela manhã o Santo André, o jogador e o Oeste, clube que detém os direitos do lateral, chegaram a acordo. Para ser liberado para atuar em outra equipe (o Palmeiras), Cicinho e a equipe de Itápolis pagaram R$ 150 mil ao Ramalhão - valor baixo se comparado aos R$ 2,5 milhões da multa rescisória. "Esse acordo é muito importante para o clube e prova que o Santo André não devia nada ao atleta", disse Juraci.

Pintado cobra atitude e testa equipe no 3-5-2

Visivelmente incomodado com as falhas defensivas do Santo André nos três primeiros jogos do Paulista, o técnico Pintado testou o esquema 3-5-2 na equipe. Antes disso, porém, teve conversa de 20 minutos com o grupo para cobrar mais atitude em campo e a primeira vitória.

Quando a bola rolou o que se viu foi uma zaga mais fortalecida, com Altair Silva, Anderson e Sandoval. Os defensores exaltaram a possível formação. "Posso dizer que fica mais seguro lá atrás. O professor conversou bastante com a gente sobre esse esquema e pelo trabalho de hoje (ontem) foi muito bom", destacou Sandoval.

"Joguei no Corinthians, no São Paulo e no Cruzeiro nesta formação. É um sistema diferente, que demora um pouco para funcionar, mas o time não fica tão exposto", emendou Anderson, que estreou contra o Bragantino.