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São Caetano e Paulista disputam título estadual inédito
Fernão Silveira
Do Diário OnLine
04/04/2004 | 21:14
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Independente de quem vencer o duelo São Caetano x Paulista, o Estado de São Paulo terá um campeão inédito em 2004. Justamente no ano em que a capital completou 450 aniversários, a cidade não terá representantes na decisão. Um time do Grande ABC e outro da Região Metropolitana de Campinas vão lutar pela taça. E o pior: a Federação (FPF) deve escolher o estádio do Pacaembu, no coração da capital, para os dois duelos (dias 11 e 18).

Os 'grandes' do Estado não ficam fora da decisão do Campeonato Paulista desde 1990, quando o Bragantino venceu o Novorizontino e se consagrou como a segunda equipe do interior a conquistar a taça – a primeira foi a Internacional de Limeira, em 1986. O Ituano também tem um título estadual, conquistado em 2002, mas numa edição que não contou com os principais times paulistas (engajados na disputa do Torneio Rio-São Paulo).

Apesar de todo o ineditismo da final de 2004, São Caetano e Paulista já decidiram um título estadual. Foi há quatro anos, na Série A-2. O time do Grande ABC superou o Etti Jundiaí (nome que a equipe do interior recebeu durante a parceria com a Parmalat) e conseguiu seu primeiro acesso à divisão de elite.

Origens - Na tradição, o Paulista ganha de goleada do São Caetano. O time de Jundiaí foi fundado em 17 de maio de 1909, tendo participado de torneios estaduais organizados pela Associação Paulista de Esportes Athléticos (APEA) desde 1919. Já o Azulão, que teve origem no Saad Esporte Clube, nasceu em 4 de dezembro de 1989.

Na comparação das principais conquistas, porém, o São Caetano tem mais status. O Paulista guarda em sua sala de troféus uma Copa Estado de São Paulo (1999), um Campeonato Paulista da Série A-2 (2001) e um Campeonato Brasileiro da Série C (2001). Em 14 anos de história, o Azulão tem um Campeonato Paulista da Série A-2 (2000), dois vices no Campeonato Brasileiro (em 2000 e 2001) e um vice na Copa Libertadores da América (2002).

Trajetórias - O Paulista chegou à fase mata-mata após conquistar o 2º lugar do Grupo 2, que teve todos os seus representantes classificados à semifinal. O time de Jundiaí somou 22 pontos, ficando atrás apenas do Santos (23). Foram sete vitórias (incluindo uma goleada de 4 a 0 no Santos, em Jundiaí), um empate e duas derrotas (incluindo uma goleada de 5 a 1 diante do São Caetano, no Grande ABC). No mata-mata, o Paulista eliminou a Ponte Preta (4x3, na prorrogação) e o Palmeiras (1x1 e 3x3, com 4x3 nos pênaltis).

O São Caetano, abalado pela troca de técnicos no meio da temporada, classificou-se à segunda fase como o pior time do Grupo 2, com 19 pontos (no 4º lugar). Foram cinco vitórias, quatro empates e uma derrota (0 a 1 diante do Marília, no Anacleto Campanella). No mata-mata, o São Caetano derrotou os dois times que eram mais cotados para o título: São Paulo (2x0) e Santos (3x3 e 4x0).

Além de terem eliminado times de maior tradição na fase decisiva, São Caetano e Paulista guardam outra semelhança técnica. Os dois finalistas contam com treinadores 'formados' no glorioso São Paulo dos anos 90 – bicampeão da Copa Libertadores e do Mundial Interclubes (entre outras conquistas).

Muricy Ramalho, técnico do São Caetano, era auxiliar do 'mestre' Telê Santana. O primeiro título de peso de Muricy foi a Copa Conmebol de 1994, na qual ele conduziu o 'expressinho' formado por revelações do São Paulo naquela época (como Rogério Ceni, Caio, Juninho Paulista e Denílson).

Telê não comandava o São Paulo naquela Copa Conmebol porque ele estava engajado na conquista do tricampeonato da Libertadores, à frente do 'time principal' do Tricolor. E um dos heróis daquela equipe vencedora era Zetti, goleiro que defendeu a meta são-paulina em todos os títulos da 'era de ouro'.

Hoje à frente do Paulista, Zetti se mostra como um aprendiz autêntico do 'mestre' Telê Santana. O ex-goleiro de sucesso surge agora como nome de destaque na nova safra de treinadores, despertando o interesse de grandes equipes do país.




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