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Prática de solidariedade

Preocupados em ajudar a saúde do próximo, jovens se declaram doadores de sangue

Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
02/12/2018 | 14:52
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Pixabay


Reservar parte do tempo para fazer o bem ao próximo e, possivelmente, contribuir para salvar vidas. É por essas razões que as pessoas se preocupam com a doação de sangue. Diante dos baixos estoques nos centros hospitalares, a ação é de extrema importância para aqueles que estão acamados e enfrentando sérios problemas de saúde. Na semana em que se comemorou o Dia Nacional do Doador de Sangue, celebrado no dia 25, o D+ conversou com jovens que se preocupam e ajudam desde cedo.

Há cinco anos o formando em Engenharia Química Matheus Gomes Messias, 22 anos, de São Caetano, costuma doar sangue duas vezes ao ano. “É algo que está totalmente ao meu alcance e de quase todos (por conta de algumas restrições). Esse ato salva vidas de verdade. Já doei direcionado a parentes, hospitais, bancos de sangue e acredito que, se todos doarem, o estoque ficará sempre completo e vidas não serão perdidas. Particularmente, acho que seja ‘desculpa’ a pessoa não doar por falta de tempo, por exemplo, porque a lei garante um dia de folga para doadores por ano e tem muitos hospitais e hemocentros que aceitam doações aos sábados”, explica. Segundo ele, a prática é indolor. “É como beliscão no primeiro minuto e, depois, antes que perceba, já acabou.”

Apesar de simples e rápido, é preciso que o indivíduo atenda certos pré-requisitos para realizar a ação. Segundo Solange Rios, gerente administrativa da Colsan (Associação Beneficente de Coleta de Sangue) na Regional ABC e Baixada Santista, que atende a rede hospitalar da Secretaria da Saúde de São Paulo e unidades hospitalares da rede SUS, o interessado deve ter entre 16 e 69 anos de idade, pesar acima de 50 quilos, estar em boas condições de saúde e alimentado. No ato, todos devem apresentar algum documento com foto atualizado (RG, carteira profissional ou carteira de habilitação). Testes também são feitos para se evitar que doenças sejam transmitidas pelo sangue, a exemplos da Aids e hepatite. Quem possui tatuagens também pode ajudar, no entanto, os desenhos precisam ter sido feitos há mais de um ano. Os homens podem doar a cada dois meses, até, no máximo, quatro vezes em um ano, com as mulheres sendo chamadas a auxiliar a causa a cada três meses, ou seja, no máximo três vezes em uma temporada. É importante dizer que o organismo repõe o volume doado nas primeiras 24 horas e, as hemácias, em quatro semanas. “O processo de doação de sangue, desde o cadastro até o lanche, é de 45 minutos”, conta Solange.

A estudante de Pedagogia Isabela Moreira da Silva, 21, é doadora desde os 17 anos. “A primeira vez precisei da autorização da minha mãe. Foi na Colsan da Santa Casa de Santo André. Acho esse ato importante pelo bem que faz às pessoas, e são muitas. Para quem doa não faz mal nenhum. Pelo contrário. Ajudar alguém é muito bom.” Até hoje, pelas suas contas, já foram 10 doações.

Após a doação é importante evitar, por 12 horas, qualquer tipo de esforço físico, como andar de bicicleta, carregar peso e realizar atividade em academia de ginástica. Se alimentar antes e após também garante o bem-estar de quem está sendo solidário.

No fim de outubro, a Colsan anunciou campanha emergencial devido à baixa no estoque do banco de sangue. Atualmente com 11 postos de coleta, sendo responsável pelo gerenciamento de 50 agências transfusionais, a associação fornece cerca de 21,5 mil hemocomponentes (doação de plaquetas) por mês para cerca de 100 hospitais clientes e coleta mensalmente em torno de 13 mil bolsas de sangue. “Estamos com estoque para apenas 10 dias no Grande ABC. Em novembro (até quinta-feira) tivemos 4.685 doações, isso representa 66% da nossa capacidade mensal”, informa a gerente administrativa da Colsan.

A associação informa que a doação de sangue total é o tipo mais comum. Oferta de plaquetas é outra opção. Nesse caso, o sangue é retirado da veia do doador e as plaquetas são separadas e extraídas, através de kit descartável, por uma máquina. Pacientes com câncer, em tratamento com quimioterapia ou com doenças hematológicas têm maior necessidade deste hemocomponente.

“Já doei plaquetas. Todo o processo é muito tranquilo. O segredo é ficar relaxado. Acredito que quanto mais a gente doa, menos sentimos incômodo. Quando estou doando sempre lembro que um dia posso precisar também. Me dá até arrepio pensar que alguém pode perder a vida por causa da falta de sangue”, conta Messias. Pensar no próximo é mais que uma ação de coragem ou de solidariedade. Trata-se de ato de amor. 




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