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Japão hoje sem clichês
Ângela Corrêa
Do Diário do Grande ABC
23/09/2008 | 07:15
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Um Japão contemporâneo, sem os clichês que o olhar ocidental costuma refletir, é o que traz Entre Gueixas e Samurais (Imprensa Oficial do Estado de São Paulo/Edusp, 191 páginas, R$ 80), espécie de diário de viagem do ano que o fotógrafo e professor do departamento de Jornalismo e Editoração da USP, Atílio Avancini, passou na Terra do Sol Nascente entre 2006 e 2007.

Apesar de deixar de lado o lugar-comum, Avancini ainda se colocou como estrangeiro, interferindo o mínimo possível nas situações, que clicou em preto-e-branco. "Não sabia nada sobre o país e uma maneira de conhecê-lo foi sair para fotografar e anotar tudo na cadernetinha. Acabei me identificando muito. O Japão é um exercício de reaprender", afirma.

O fotógrafo ficou esse período no Japão lecionando em um curso de Português na Kyoto University of Foreign Studies, por meio de um convênio da USP com aquela universidade. Kyoto, que foi a capital japonesa por mais de 1.000 anos, foi um dos principais cenários do livro. Nas viagens de folga, fez fotos também em Arashiyama, Himeji, Hiroshima, Kamakura, Katsuura, Kawaguchi, Kobe, Miyajima, Nagoya, Nara, Osaka e Tokyo.

O livro foi todo diagramado tendo como referência os 12 meses da temporada japonesa do brasileiro. Cada capítulo é dividido pelo ideograma do mês e por um texto escrito ainda na Ásia. "Dividi dessa maneira porque sempre me disseram que lá as estações são bem demarcadas e realmente é assim. A cada período mudam as vitrines, as comidas dos restaurantes", exemplifica.

Avancini chegou a Ásia na primavera das sakuras (cerejeiras) carregadas. Depois de experimentar um verão "surpreendentemente quente e um inverno muito gelado", o fotógrafo elegeu o outono o preferido. "As folhas das árvores adquirem cores diferentes: amareladas, em tons grená", conta ele, que embarcou na experiência sozinho, já que o convite coincidiu com a separação. "Isso se reflete nas imagens. Foi a partir do zero, inclusive emocional", afirma.

O título brinca com dois chavões que o Ocidente se acostumou a perpetuar sobre os japoneses. "Gueixas e samurais inexistem no Japão atual. Quis usar o clichê para rebatê-los com as imagens. Esse guerreiro pode muito bem ser um jogador de beisebol, assim como essas figuras de muita feminilidade, mas de muita inteligência também", diz.

As fotos foram feitas com uma Nikon 10 FM - ou seja, uma câmera analógica bem no auge das digitais. "Quis fazer as fotos de maneira artesanal e imaginava, como se mostrou verdade, que lá teria mais facilidade de conseguir isso. Os japoneses ainda ampliam fotos. Tanto que se vende ainda bastante papel fotográfico. Os químicos para revelação também são mais acessíveis", afirma.Um Japão contemporâneo, sem os clichês que o olhar ocidental costuma refletir, é o que traz Entre Gueixas e Samurais (Imprensa Oficial do Estado de São Paulo/Edusp, 191 páginas, R$ 80), espécie de diário de viagem do ano que o fotógrafo e professor do departamento de Jornalismo e Editoração da USP, Atílio Avancini, passou na Terra do Sol Nascente entre 2006 e 2007.

Apesar de deixar de lado o lugar-comum, Avancini ainda se colocou como estrangeiro, interferindo o mínimo possível nas situações, que clicou em preto-e-branco. "Não sabia nada sobre o país e uma maneira de conhecê-lo foi sair para fotografar e anotar tudo na cadernetinha. Acabei me identificando muito. O Japão é um exercício de reaprender", afirma.

O fotógrafo ficou esse período no Japão lecionando em um curso de Português na Kyoto University of Foreign Studies, por meio de um convênio da USP com aquela universidade. Kyoto, que foi a capital japonesa por mais de 1.000 anos, foi um dos principais cenários do livro. Nas viagens de folga, fez fotos também em Arashiyama, Himeji, Hiroshima, Kamakura, Katsuura, Kawaguchi, Kobe, Miyajima, Nagoya, Nara, Osaka e Tokyo.

O livro foi todo diagramado tendo como referência os 12 meses da temporada japonesa do brasileiro. Cada capítulo é dividido pelo ideograma do mês e por um texto escrito ainda na Ásia. "Dividi dessa maneira porque sempre me disseram que lá as estações são bem demarcadas e realmente é assim. A cada período mudam as vitrines, as comidas dos restaurantes", exemplifica.

Avancini chegou a Ásia na primavera das sakuras (cerejeiras) carregadas. Depois de experimentar um verão "surpreendentemente quente e um inverno muito gelado", o fotógrafo elegeu o outono o preferido. "As folhas das árvores adquirem cores diferentes: amareladas, em tons grená", conta ele, que embarcou na experiência sozinho, já que o convite coincidiu com a separação. "Isso se reflete nas imagens. Foi a partir do zero, inclusive emocional", afirma.

O título brinca com dois chavões que o Ocidente se acostumou a perpetuar sobre os japoneses. "Gueixas e samurais inexistem no Japão atual. Quis usar o clichê para rebatê-los com as imagens. Esse guerreiro pode muito bem ser um jogador de beisebol, assim como essas figuras de muita feminilidade, mas de muita inteligência também", diz.

As fotos foram feitas com uma Nikon 10 FM - ou seja, uma câmera analógica bem no auge das digitais. "Quis fazer as fotos de maneira artesanal e imaginava, como se mostrou verdade, que lá teria mais facilidade de conseguir isso. Os japoneses ainda ampliam fotos. Tanto que se vende ainda bastante papel fotográfico. Os químicos para revelação também são mais acessíveis", afirma.




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