O Departamento de Parques e Áreas Verdes de Santo André conclui até o fim desta semana a poda da figueira centenária do Parque Celso Daniel, iniciada ontem. O corte foi autorizado pelo Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico-Urbanístico e Paisagístico da cidade após um galho que caiu da árvore, em abril, causar a morte da aposentada Leda da Silva Maubrigades, 68 anos.

Um dos motivos da queda do galho pode ser a contaminação por fungos, que não foi detectada nas vistorias semestrais do Dpav. Além disso, a figueira está no fim de seu ciclo de vida, o que pode ter contribuído para o acidente. A equipe do Diário constatou que a aparência das raízes da árvore é semelhante à cortiça: esfarela ao toque.

O Dpav optou por fazer a poda drástica do espécime, a fim de evitar novos acidentes. Os galhos serão cortados para que fiquem todos no perímetro cercado da árvore, no qual é proibido entrar. Os próprios funcionários do parque, porém, reconhecem que ocasionalmente crianças desavisadas invadem a área cercada para brincar. Assim que for concluído o trabalho de poda, a pista de caminhada ao redor da figueira será reaberta.

REMOÇÃO
Laudos elaborados pelo Dpav e Instituto Florestal apontaram que a árvore deve ser removida. O problema é que a planta é tombada pelo patrimônio histórico da cidade desde 1992. A figueira tem 20 metros de altura e quatro metros de diâmetro no tronco.

O acidente ocorrido em abril não foi o primeiro com a árvore. Em 2007, um galho caiu e feriu três pessoas. Na ocasião, a figueira foi avaliada por técnicos do Instituto Biológico do Estado de São Paulo, a pedido do Comdephaapasa. A indicação foi fazer monitoramento a cada seis meses. No entanto, os técnicos do Dpav não identificaram a contaminação da árvore por fungos antes que outro acidente causasse a morte da aposentada.

A poda não é a solução definitiva para a figueira, mas sim um procedimento preventivo. O Comdephaapasa ainda avalia se a árvore-patrimônio será ou não removida.