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Hospital Mário Covas segue
sem remédios de alto custo
André Vieira
Do Diário do Grande ABC
12/04/2011 | 07:41
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Para dois dos cinco medicamentos que estão em falta na Farmácia de Alto Custo no anexo do Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André, o prazo para regularização acabou ontem, mas a distribuição não foi normalizada. A Secretaria de Estado da Saúde havia informado que o Sifrol, para o mal de Parkinson, e o Zoladex, contra o câncer de próstata, deveriam ter o abastecimento normalizado ontem.

No fim da tarde, no entanto, o órgão estadual alegou que o abastecimento do Zoladex está atrasado por culpa da empresa contratada para a entrega e que o Sifrol estava previsto para chegar hoje.

Na semana passada, o Hospital Mário Covas emprestou cerca de 20 doses à Farmácia de Alto Custo, localizada na unidade de Saúde - doses essas que já acabaram. A Pasta informou que novo empréstimo está previsto para hoje.

Atualmente, cinco medicamentos para doenças graves estão em falta. O último a figurar no quadro dos remédios em falta do Diário é a Lamotrigina 50, usada para evitar convulsões. A dona de casa Izilda Russo, 57, estava indignada. "Agora tenho que mandar um fax com a receita para a secretaria estadual, para eles verem onde está sobrando e me ligarem para eu vir buscar." Ela estava nervosa porque esperou três horas e meia para conseguir pegar um dos remédios que precisava. Foi quando soube que o outro estava em falta.

O tempo médio de espera, aliás, era outra reclamação recorrente dos pacientes que foram ontem à tarde ao hospital. "Tem gente saindo pelo ladrão", disse o aposentado Claudeonor Santana, 56. "Deve ter quase umas 400 pessoas lá dentro", arriscou.

Havia quem dissesse que estava esperando há três ou quatro horas. O motivo, segundo os atendentes da farmácia, foi o feriado de sexta feira, aniversário de Santo André. Para os pacientes, a falta de farmácias de alto custo, como a do Mário Covas, em outras cidades aumenta a procura pelo hospital. Pacientes relatam já ter até gente da Baixada Santista na fila.

O telefone informado na triagem, por sua vez, chamava muito, mas ninguém atendia. "Conseguir falar nesse telefone é acertar na loteria", comentou uma paciente.

Já o Calcitriol continua em falta nas prateleiras da farmácia. A dona de casa Elenice Justino, 40, foi à unidade de Saúde em busca do remédio para o sogro, que sofre de insuficiência renal crônica "Ele faz hemodiálise, precisa desse remédio. No processo dele está até escrito ‘fase terminal'."

A secretaria estadual informou que a expectativa para normalização da entrega da droga é de 15 dias.




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