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Vendas do varejo têm queda recorde em abril
17/06/2010 | 07:17
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Edmilson Magalhães/DGABC


As vendas do comércio varejista caíram 3% em abril em relação a março, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), na maior redução em um mês em relação ao mês anterior desde o início da série histórica da pesquisa mensal de comércio, em 2000. O resultado também foi pior do que o esperado pelos analistas, que previam de queda de 0,8% a 2,50%. Na comparação com abril do ano passado, as vendas tiveram alta de 9,1%. No primeiro quadrimestre do ano, as comercializações do varejo acumulam expansão de 11,8% e em 12 meses, variação de 8,2%.

O técnico da coordenação de comércio e serviços do IBGE, Reinaldo Pereira, disse que a queda recorde representa "acomodação" após três meses de expansão e "não significa uma inflexão" na trajetória de crescimento do setor. "Os dados na série com ajuste sazonal são muito nervosos, por isso é importante olhar o resultado da média móvel trimestral, que registrou aumento em abril", disse.

Segundo Pereira, o varejo deverá ser estimulado, nos próximos meses, pelos mesmos fatores que estão garantindo os aumentos nas vendas do setor ante iguais períodos de ano anterior, como aumento na renda do trabalho, redução do desemprego e oferta de crédito. De acordo com ele, o reajuste de 7,72% para os aposentados, confirmado anteontem, também deverá contribuir para a continuidade da expansão do setor.

SUPERMERCADOS
Segundo o IBGE, as vendas da atividade de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, de maior peso na pesquisa mensal de comércio, tiveram queda de 0,7% em abril ante março. Apenas o segmento de hiper e supermercados registrou queda de 7,4%, em abril, ante o mês anterior. Pereira explicou que o resultado desse segmento pode ter sido influenciado pelos recentes aumentos nos preços dos alimentos, mas também pode refletir acomodação após fortes altas registradas anteriormente.

Ante abril do ano passado, as vendas de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo aumentaram 5,6%, mostrando forte desaceleração nos resultados mensais comparativos a iguais períodos do ano anterior apurados em março (15,4%) e fevereiro (11,6%) e representou o menor resultado da pesquisa, para esse segmento, desde março de 2009 (-0,2% ante marco de 2008). Ainda em abril, ante abril do ano passado, as vendas exclusivamente de super e hipermercados cresceram 5,3%, também mostrando desaceleração ante março (15,2%) e fevereiro (11,2%).

VAREJO AMPLIADO
O IBGE divulgou ainda as vendas do comércio varejista ampliado, que incluem as atividades de veículos e motos e material de construção, que registraram queda de 4,7% em abril ante março. Nessa base de comparação, houve redução em veículos e motos (-11,7%) e material de construção (-0,9%). Ante abril do ano passado, as comercializações do varejo ampliado aumentaram 12,7%, com alta de 18,9% para veículos e motos e de 19,3% em material de construção.

REVISÕES
Os dados das vendas do comércio varejista ante mês anterior sofreram algumas revisões em fevereiro e março, segundo o IBGE. O resultado de março de 2010 ante fevereiro passou de 1,6% para 2,1%, enquanto o dado de fevereiro ante janeiro foi revisto de 1,8% para 1,4%. Pereira disse que as revisões ocorreram, exclusivamente, por causa da introdução de novos dados, referentes a abril, na série com ajuste sazonal.




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