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Livros contam história de São Paulo
Nelson Albuquerque
Do Diário do Grande ABC
24/01/2004 | 16:49
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Quatro séculos e meio de história. São Paulo tem uma terra pisada por milhões e milhões de pessoas, cada uma responsável por um pequeno ou grande projeto na construção de sua trajetória. Não haveria papel suficiente para contar todos os momentos que formaram a maior metrópole do Brasil. Mas, as editoras se esforçam para publicar bons livros que registram em textos e imagens a história iniciada em 25 de janeiro de 1554, quando o padre Manoel de Paiva celebrou a primeira missa nesse território.

No local da celebração religiosa foi fundado o colégio batizado de São Paulo, hoje o Pátio do Colégio. Em 1612, num espaço vizinho, é concluída a construção da Matriz, embrião da futura praça da Sé. Esse período foi marcado por ataques de índios e contra-ataques com a intenção de escravizá-los. O século XVII é famoso também pelas empreitadas dos bandeirantes rumo a novas terras.

A Vila de Piratininga virou São Paulo. Hoje, é habitada por 10,5 milhões de pessoas, que circulam diariamente por suas cerca de 60 mil ruas e avenidas. Cidade que abriga povos de todas as partes do mundo e do Brasil e que é palco de um sem-número de histórias.

Um belo registro iconográfico está nas 498 páginas de São Paulo 450 Anos, caprichada segunda edição dos Cadernos de Fotografia Brasileira, do Instituto Moreira Salles. Desde 1826 até a atualidade, o livro oferece desenhos à lápis, aquarelas e principalmente fotografias. Há também uma boa quantidade de textos sobre a evolução da metrópole. Outra publicação de qualidade com fotos históricas, porém poucos textos, é São Paulo Anos 20 – Andar, Vagar, Perder-se, da Melhoramentos.

A editora Paz e Terra lançou, ano passado, a coleção São Paulo. São seis títulos com crônicas, biografia e ficção que abrangem reedições e obras inéditas. São Paulo nos Primeiros Anos (1554-1601) – São Paulo no Século XVI traz a narrativa de Afonso Taunay, um dos mais importantes historiadores da cidade. Ronda da Meia-Noite é um retrato escrito por Sylvio Floreal sobre efeitos colaterais (vícios, miséria) e esplendores do célere crescimento urbano ocorrido entre 1910 e 1920.

São Paulo pode ser a personagem principal de um romance. Por que não? Em Sonata da Última Cidade (A Girafa), o escritor Renato Modernell traça a transformação política, econômica e social da cidade. A mesma editora também lança Yolanda, de Antonio Bivar, sobre Yolanda de Ataliba Nogueira Penteado; e Dona Veridiana, de Luiz Felipe d’Avila, que aborda a saga da paulistana Veridiana Prado.

A coleção Paulicéia, da Boitempo, foi dividida em quatro conjuntos temáticos. A série Retratos apresenta perfis biográficos de gente como Adoniran Barbosa, Plínio Marcos e Antonio Candido. Em Memória/Identidade há breves ensaios sobre acontecimentos relevantes da vida de São Paulo, como a matança de índios para a construção de estradas de ferro, a Revolução de 1932, o teatro Oficina e a democracia corintiana. Os outros dois temas são Trilhas (visões pessoais sobre bairros da capital) e Letras (reunião de romances e contos).

A Ediouro preferiu centrar-se em ensaios sobre personalidades esportivas importantes para a cidade: Ayrton Senna – O Eleito, de Daniel Piza, Canhoteiro, de Renato Pompeu, e Pelé – Os Dez Corações, de José Castello. Para junho está prometido o novo livro de Araquém Alcântara: São Paulo: Cenários e Personagens, com cerca de 300 fotos da cidade dos dias atuais.




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