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Confira boas e acessíveis opções nos teatros da região
Gislaine Gutierre
Do Diário do Grande ABC
18/03/2006 | 10:01
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Serão apenas duas sessões, neste sábado e neste domingo, no Sesc Santo André. Paula Picarelli fará, diante do público, uma viagem de 500 anos, na qual começa como um nobre inglês do século XVI e termina como uma mulher nos dias de hoje. É a saga de Orlando, personagem do livro homônimo de Virginia Woolf e que ganha vida no monólogo Do que Orlando me Disse, dirigida por Georgette Fadel. Ambas assinam a adaptação.

Na jornada de Orlando, a história da humanidade aparece como pano de fundo para suas inquietações mais íntimas, para seus questionamentos em relação ao mundo. Apaixonado por literatura, faz da linguagem o fio condutor de toda a narrativa, que é contada em ordem cronológica, mas com grande profundidade. A discussão passa pela questão da fama, da vida e da morte, do poder e dos vazios .

"Quando li o livro, fiquei apaixonada de cara. Ele é um artista, um ser ingênuo que vive tudo intensamente. A obra foi escrita em 1928, mas é tão atual. É impressionante!", afirma a atriz. Um dos pontos altos do monólogo, segundo ela, é quando Orlando se transforma em mulher. "Para Virginia Woolf, o grande artista é andrógino, porque ele transita pelos dois universos".

O espetáculo conta com projeções de vídeo em 180 graus, com imagens ora subjetivas, ora objetivas. A trilha é feita ao vivo, ao piano, com músicas de Chopin, Mozart, Beethoven, Debussy e outros. Em alguns momentos, Paula improvisa e dialoga com o público. "É uma peça despretensiosa, que não quer dar respostas, mas levanta as questões", diz.

Na região - O Teatro Municipal de Santo André também recebe, neste sábado e neste domingo, a comédia Adoráveis Sem-Vergonhas, na qual um grupo de amigos enxerga num possível espetáculo de striptease a chance de tirar o pé da lama. Com Guilherme Leme e elenco. Quem assistiu ao filme Ou Tudo ou Nada sabe bem como é a história levada ao palco. No Teatro da Cultura Inglesa de Santo André, o grupo de Teatro Singular estréia a peça A Távola Redonda, baseada na famosa lenda do Rei Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda. A montagem fica em cartaz até dia 26.

No Teatro do Imes, em São Caetano, quem estréia novo espetáculo é o Grite (Grupo Imes de Teatro Experimental), dirigido por Kléber Di Lázzare. A peça chamada Cabelos ao Vento, com 21 atores e sete músicos, é livremente inspirada no movimento hippie e na cultura flower power. Tem como trilha canções do famoso musical Hair.

Em São Paulo, o grupo MST Filhos da Mãe...Terra - formado por jovens de assentamento do MST no interior de São Paulo - apresenta dois textos: Por Estes Santos Latifúndios, do colombiano Guillermo Maldonato (prêmio Casa das Américas) e Posseiros e Fazendeiros, adaptação de Horácios e Curiácios, de Bertolt Brecht. Neste sábado, às 16h, no Teatro de Arena Eugênio Kusnet (r. Teodoro Baima, 94. Tel.: 3256-9463. Grátis)



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