Muito além da alienaçao das açoes de controle do maior banco estadual brasileiro, o leilao do Banespa deverá redesenhar por completo o mapa do mercado financeiro nacional. As chances de a instituiçao ser arrematada por um banco nacional aumentaram após a desistência dos estrangeiros, o britânico HSBC, o espanhol Banco Bilbao Vizcaya Argentaria (BBVA) e os norte-americanos Citibank e BankBoston, sem contar o nacional Safra.

Se for o vencedor, o Bradesco acrescentará os R$ 28 bilhoes em ativos do Banespa aos seus R$ 80 bilhoes. O resultado permitiria encostar na segunda colocada do ranking, a Caixa Econômica Federal, cujos ativos chegam a R$ 122 bilhoes, mas bem longe dos R$ 142 bilhoes do Banco do Brasil, disparado no primeiro lugar. De qualquer forma, a vitória do leilao daria ao Bradesco a liderança folgada do ranking privado.

Outros fortes candidatos sao o Itaú e Unibanco. O primeiro se aproximaria do Bradesco, somando ativos no montante de R$ 78 bilhoes. Já o Unibanco ultrapassaria o Itaú, atingindo ativos totais de R$ 66 bilhoes. No país, o Santander possui ativos de R$ 20 bilhoes e nao ameaça os demais no ranking.

Uma das jóias da coroa guardadas a sete chaves nos cofres do banco paulista, porém, é a relaçao da quantidade de contas correntes por agência. O Banespa exibe a invejável média de 5.035 contas por agência, a segunda maior do país e logo abaixo do primeiro colocado, o holandês ABN-Amro, com 5.084 contas por agência. E nao é apenas a concentraçao de contas que importa. Pesa nessa avaliaçao também a sua qualidade. Elas movimentam somas superiores à média das demais instituiçoes nacionais e estao distribuídas pelas suas 578 agências no país.