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Mistério cerca morte de vendedor em Sto.André
Maurílio de Sousa
Do Diário do Grande ABC
27/05/2001 | 20:32
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O vendedor Emerson Procópio dos Santos, 20 anos, foi assassinado na noite do último sábado na avenida dos Estados, próximo à rotatória localizada na região da estação Prefeito Saladino, no bairro Santa Terezinha, em Santo André. Ele estava acompanhado da namorada, a operadora V.C.N.G., quando foi abordado por ladrões que levaram o Fusca branco que dirigia. A morte do vendedor, que morava na Vila Industrial, em São Paulo, ainda é um mistério. Testemunhas dizem que um policial à paisana teria cometido o crime. Ele teria confundido a vítima com um ladrão e por isso atirou. Para a polícia, o vendedor teria reagido ao assalto e entrado em luta com os ladrões, que o mataram.

Conforme o BO 4.717, o vendedor trafegava pela avenida dos Estados, sentido Santo André-São Caetano, quando parou em um farol existente na rotatória, por volta das 21h30. Enquanto aguardava a luz verde do semáforo, dois ladrões o abordaram.

Santos foi obrigado a descer do veículo, enquanto a namorada saiu correndo com medo da ação dos ladrões. A operadora declarou, na delegacia, que voltou poucos minutos depois e encontrou o namorado baleado, mas ainda com vida. Ele foi levado de ambulância para o hospital. Em seu depoimento, ela ainda disse que ouviu comentários de que o namorado teria entrado em luta com os ladrões, já que ele era capoeirista.

Na versão das testemunhas, havia três ladrões durante o assalto. Dois deles fugiram com o veículo, enquanto o outro, em uma situação ainda não esclarecida, não acompanhou os cúmplices e saiu correndo, sendo perseguido pelo vendedor. A confusão teria sido presenciada por um motorista que ocupava um Monza preto.

Ele teria parado o carro e começado a atirar contra a vítima, que ainda corria atrás do ladrão. Um dos tiros acertou o vendedor, que caiu no canteiro. Em seguida, o motorista se aproximou e, friamente, disparou mais uma vez contra ele.

As testemunhas acreditam que o atirador seja um policial. “Nós vimos quando ele atirou a primeira vez; depois, se aproximou e deu mais um tiro”, afirmou uma testemunha, que pediu para não ser identificada. Segundo ela, o homem ainda permaneceu no local do crime. “Ele ficou por lá para esperar a chegada dos policiais e depois ainda conversou com eles (policiais) por um bom tempo.”

A testemunha garantiu ter dito o que viu aos policiais, mas que eles não registraram as informações no boletim de ocorrência. A testemunha ainda disse que ouviu comentários sobre a identidade do atirador. “Ouvi dizer que ele é policial.”

A reportagem do Diário ainda tentou contato telefônico, no fim da tarde deste domingo, com a namorada e alguns familiares da vítima, para obter mais detalhes sobre o caso, mas as ligações não foram atendidas. A ocorrência foi registrada no 2º DP de Santo André.




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