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Ex-alunos e professores protestam por cursos fechados
André Vieira
Especial para o Diário
11/03/2008 | 08:05
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Cerca de duzentas pessoas participaram segunda-feira à noite da aula inaugural dos cursos de Ciências Sociais, História e Geografia oferecidos pela chamada Escola Livre.

A iniciativa é uma resposta de alunos e professores para o fechamento, às vésperas do início do ano letivo, de turmas em oito dos onze cursos da Fafil (Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras), do Centro Universitário Fundação Santo André.

Os dicentes se organizaram no auditório da faculdade, popularmente conhecido como Penicão. Os cursos serão oferecidos gratuitamente como forma de protesto contra a Fundação, que extinguiu algumas turmas de último ano, assim como outras de calouros, porque não atingiram quantidade suficiente de alunos.

De acordo com os organizadores, essa justificativa não é verídica. “A montagem desse curso quer primeiro provar à sociedade que o reitor (Odair Bermelho) esta mentindo”, desabafou José Dalmo, 40, aluno de História. “O curso não é da instituição, é do Diretório Acadêmico. Nós temos legitimidade para isso”, afirmou o quartanista, também de História, Hélio Miguel Pereira, de 32 anos.

Assim como os calouros, a medida da instituição também atingiu os veteranos, já que algumas turmas foram extintas.

Segundo a ex-professora Lúcia Rodrigues, que se considera “expurgada” pela Fundação, e está auxiliando os alunos na formação dos cursos, “o reitor é culpado pelo déficit porque aumentou as mensalidades no ano passado”.

Convidado especialmente para a aula inaugural, o professor Erson Martins de Oliveira, do Departamento de Artes da PUC (Pontifícia Universidade Católica), resumiu o que ele chamou de crise no ensino do País. “A educação está se tornando mercadoria. Se ela dá lucro, abre-se a sala de aula, se não dá, não se abre”.

O expectativa de que, assim como nas greves do ano passado, a Polícia fosse chamada para intervir, não se concretizou. O encontro foi acompanhado de longe por um único segurança uniformizado. Nesta terça-feira, às 19h30, os alunos prometem fazer nova manifestação.

Fundação - A Fundação, no entanto, esclareceu que as turmas não formadas neste ano não indicam fechamento de cursos. A instituição oferecerá os cursos no próximo processo seletivo, desde que tenham o número mínimo de alunos interessados. (Colaboraram Célia Maria Pernica e Christiane Ferreira)



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