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Casas de fogos causam desconfiança após explosão
André Vieira e Guilherme Russo
27/09/2009 | 07:19
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Depois da explosão de uma loja de fogos de artifício na Vila Pires, em Santo André, na quinta-feira, casas especializadas na venda de fogos no Grande ABC passaram a ser vistas com desconfiança por seus vizinhos. Há estabelecimentos que tiveram queda no movimento e outros dizem que terão de dispensar funcionários.

Duas pessoas morreram, pelo menos 12 se feriram e cerca de 100 ficaram desalojadas por conta da explosão, que destruiu completamente cinco casas e deixou 15 carros danificados. Trinta imóveis chegaram a ser interditados pela Defesa Civil. A principal suspeita da polícia é de que uma fábrica ilegal de fogos funcionava na casa que explodiu, na Rua Américo Guazelli, 222.

Donos de lojas de fogos contaram ao Diário no sábado que têm enfrentado olhares desconfiados e até comentários ofensivos.

Queixando-se dos vizinhos com quem convive desde que nasceu, o comerciante Marcos Antônio Silva, 51 anos, mais conhecido como Pirata, contou que "todos estão de cara feia" com ele, que é dono da loja Pirata - Pipas e Fogos de Artifício, no bairro Osvaldo Cruz, em São Caetano, há mais de 20 anos. "Meu movimento baixou muito. Mas não fabricamos nem alteramos os fogos. Vai cair o movimento para o fim do ano", afirmou.

Moradora da casa vizinha, a confeiteira Neide Sabino Lauriano, 62, contou que tem "medo dessa coisa de fogos". "É um perigo que a gente corre", disse, contando que apesar do medo, gosta do vizinho.

Também morando próxima de um comércio de fogos, em Mauá, a aposentada Sonia Pasciscenai disse não achar justo reclamar do estabelecimento, "pois quando cheguei, eles já estavam", mas se diz preocupada com grandes depósitos. "Estocar é muito perigoso."

Proprietário de uma loja em Santo André, o comerciante Dimitrius Cottarelli, 40, contou no sábado que dispensou cinco funcionários de seu estabelecimento, desde o dia do acidente. "Apertou, cara...". Também preocupado com o movimento, que pode baixar, ele é a favor da criação de uma associação, para que haja regulamentação e fiscalização do setor.

Cottarelli contou que também é hostilizado em sua vizinhança e que chegou até a ser xingado na rua de sua loja.




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