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‘Moulin Rouge’ encerra Open Air
Cássio Gomes Neves
Do Diário do Grande ABC
25/11/2002 | 18:35
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Era uma urgência para Georges Méliès trazer a cenografia em pé de igualdade em relação a outros elementos dramatúrgicos do primeiro cinema. Eram cenários de hipérboles, exageros circenses para não amuar as aventuras científicas a uma ditadura de pobreza visual. Baz Luhrmann vai à pré-história do filme francês, para pintar a aventura amorosa de Moulin Rouge (2001), longa-metragem escolhido para encerrar nesta terça, às 21h, a etapa paulistana do Telefônica Open Air, no Jockey Club (av. Lineu de Paula Machado, 1.263).   

Esse deslumbramento com o fundo de cena foi desconstruído por Coppola em No Fundo do Coração, lá nos anos 80. Se Luhrmann não assistiu, deveria. Saberia talvez represar a sanha criativa, endemoninhada em Moulin Rouge, cujo argumento (cortesã de porcelana cai de amores por pé-rapado, entresséculos) bate à porta de Gigi, de Minnelli.    Nicole Kidman é Satine, cortesã que se derrete pelo poeta sem caução interpretado por Ewan McGregor, causa de rebuliço entre os freqüentadores do cabaré homônimo à fita. Choque de classes e de decoros em filme no qual a cor pode fosforescer, mas a dramaturgia é desbotada que só ela.




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