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Consórcio é alternativa para evitar altos juros
Bárbara Ladeia
Do Diário do Grande ABC
12/11/2008 | 07:00
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Tiago Silva/DGABC


A crise financeira internacional não tem se mostrado uma ameaça para todos. A Abac (Associação Brasileira de Administradoras de Consórcio) registrou forte alta na modalidade de compras no mês de setembro em comparação ao ano passado. O grande campeão é o setor de veículos pesados, como os caminhões, que registrou crescimento de 73,7% na venda de novas cotas de consórcios. No caso dos veículos leves, como os carros, a alta foi de 30%. No setor imobiliário, o volume de consórcios ativos é 10,9% maior que em setembro de 2007, quando foram registrados 456,2 mil consorciados.

A alta vem principalmente da escassez de crédito e alta dos juros gerados pela crise financeira internacional. Luis Savian, presidente da Abac, afirma que mesmo que o consórcio não seja concorrente direto do financiamento, o cenário turbulento da economia tem colaborado nas vendas. "Boa parte dos compradores tem migrado para evitar os juros altos."

O diferente perfil de comprador garante ao mercado de consórcio uma estabilidade sem qualquer influência de sazonalidade. "O perfil do consorciado é daquele que planeja. Ele espera mais para usufruir de sua compra, mas essa espera tem uma compensação financeira interessante", afirma.

Celso Lourenço, diretor comercial do segmento de consórcios da Conshop, de Santo André, afirma que as taxas de administração ficam bem abaixo dos juros praticados pelo mercado.

O crédito para automóveis, por exemplo, é de cerca de 2% ao mês e o imobiliário de cerca de 12% ao ano. Através de um consórcio, um carro tem um acréscimo de 0,25% ao mês de taxa de administração e um imóvel conta com cobrança de 0,16% por mês, sobre o valor do bem negociado. "Os juros aumentaram expressivamente, por isso, muitos acabaram migrando."

O único acréscimo pós-fixado fica por conta do INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) no caso imobiliário e nos reajustes das montadoras, no caso dos automóveis.

Na Conshop, segundo Lourenço, o aumento nas vendas foi ainda mais expressivo. No caso dos consórcios imobiliários, o gerente apontou alta de 18% frente a setembro do ano passado. "A região do ABC é fortíssima nesse sentido", comemora.

Os compradores de cotas de consórcio não podem ter urgência na aquisição, como afirma Lourenço. "Existe um público cativo desse segmento, que é aquele que primeiro faz um planejamento e depois efetiva a compra", lembra o gerente. "O cliente que não tem pressa para comprar o bem, faz uma simulação do consórcio na própria loja e desiste do financiamento quando vê o volume de juros."




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