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Olhar de outra dimensão

Festival de Fotografia de Paranapiacaba será realizado hoje e amanhã com programação extensa

Daniela Pegoraro/Especial para o Diário
15/09/2018 | 07:52
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Divulgação


Captar momentos, indivíduos, sentimentos e olhares por meio das lentes de uma câmera não é simples como parece. Por isso, o ato de fotografar é considerado arte por toda a expressão que carrega. Para profissionais, admiradores e até mesmo o público que deseja conhecer a fundo sobre a prática, a região sedia hoje e amanhã o 1º Festival de Fotografia de Paranapiacaba. A programação é extensa e percorre locações de toda a vila. “Atualmente, não existe nenhum evento desse porte na região metropolitana de São Paulo. Senti que havia necessidade de termos um”, conta o organizador e idealizador do festival, João Kulcsár.

A escolha por Paranapiacaba não foi à toa. “Queria realizar esse evento em algum lugar que sempre fui fotografar. Muitos colegas, ao saberem da localidade, comentaram comigo: ‘nossa, foi ali que eu comecei minha carreira na fotografia’. Claro, além de toda a importância histórica que aquela região tem para o Brasil”, revela Kulcsár. Na vila, os visitantes encontrarão exposições, palestras, debates, formação de professores, oficinas, feiras de publicações, brechós fotográficos, projeções noturnas e lançamentos de livros.

O festival leva em sua vertente duas temáticas. A primeira delas é da educação no campo imagético, como o organizador explica: “Hoje, o mundo gira cada vez mais em torno da imagem. Com as câmeras nos celulares, todo mundo é fotógrafo. Essa alfabetização visual é necessária para criar um senso crítico, tanto da utilização quanto da leitura em torno da fotografia.”

Já a segunda delas, responsável inclusive por guiar a escolha de convidados da área e exposições apresentadas em Paranapiacaba, é a questão dos direitos humanos. Alguns dos profissionais que estarão presentes e que têm destaque no assunto são Claudia Andujar, com um extenso trabalho de representação e militância pelos índios Yanomami, e João Roberto Ripper, especializado na fotografia documental de denúncia social e figura importante na defesa dos direitos trabalhistas. O evento, de acordo com Kulcsár, não teve financiamento e todas as pessoas envolvidas em sua organização estão participando de forma voluntária – até mesmo os ilustres convidados.

“É importante que haja um movimento coletivo de apoio a eventos na área da cultura. É um festival que sai dos grandes centros. Enquanto profissional, acho significativa essa possibilidade de, em uma cidade pequena, encontrar grandes nomes da fotografia nacional reunidos”, conta o fotógrafo Alexandre Sequeira. Ele estará hoje na vila, no Clube Lyra Serrano, às 11h, para falar de trabalho realizado no Morro da Providência, onde resgatou e tornou público acervo de imagens produzidas pelo fotógrafo autodidata Sebastião Pires de Oliveira, o Tião. Os registros feitos por esse morador da comunidade, colhidos entre os anos 1960 e 1980, foram encontrados no canto de seu quarto após sua morte e estavam prestes a ir para o lixo.

Algumas atividades pagas foram criadas para manter o festival, tais como oficinas e a feira de publicações, um espaço para lançamentos, discussões sobre livros e visibilidade para editoras e produções independentes.

A programação tem início às 9h nos dois dias de realização e a lista dos profissionais convidados, mapa das atividades, além de mais detalhes sobre o evento, podem ser encontrados no site www.festivalfotoparanapiacaba.com.br.  




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