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Rapadura inspira pilotos no Sertões
Nilton Valentim
Enviado a Goiânia
10/08/2011 | 07:30
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Divulgação


Rapadura é doce, mas não é mole não. O dito popular que usa o tablete de açúcar mascavo para ilustrar as dificuldades em alcançar certos objetivos, é a melhor analogia para exemplificar o que pilotos de carros, motos, caminhões e quadriciclos vão encarar nos mais de 4.000 quilômetros entre Goiânia e Fortaleza, na 19ª edição do Rali dos Sertões.

"Realmente não é mole não. E não se engana quem pensa assim. São vários dias, em condições extremas e convivendo com outras pessoas. Mas temos de encarar a equipe como uma família. E é isso que compensa e pode nos fazer vitoriosos", afirma o carioca Guido Salvini, vice-campeão de 2010 entre os caminhões e que ontem fez o segundo melhor tempo no prólogo que define a ordem de largada da prova hoje, com a primeira etapa entre as cidades de Goiânia a Pirenópolis, ambas em Goiás.

O mais experiente entre os pilotos da principal competição off-road do País, André Azevedo - foi o mais rápido entre os caminhões ontem -, vai mais ou menos na mesma linha. "Realmente é bem complicado. Mas parece que existe um vírus no corpo da gente e que não deixa mais parar. Quanto mais difícil, melhor é", aponta o corredor, que participa do Sertões há 14 anos e possui cinco títulos (três nos caminhões e dois nos carros).

E, neste ano, a rapadura estará mais dura. Principalmente para os pilotos de carros e caminhões. Os organizadores avisaram aos competidores que este será um dos ralis mais difíceis dos últimos tempos, com estradas apertadas e duas etapas maratona, quando não é possível fazer reparos nos carros. "Todos os anos eles falam que é o mais difícil. Quem torna a prova complicada somos nós. Temos de saber usar bem o equipamento que possuímos. Aí poderemos ter maior durabilidade e andar melhor. Sei que não será fácil, mas espero transpor as dificuldades com eficiência", explica Salvini.

Azevedo aponta as atitudes de pilotos e navegadores como fatores capazes de amaciar o trajeto. "O que determina vencer ou não um rali como o Sertões são as escolhas que fazemos ao longo da prova. Andar rápido demais ou conservar o caminhão. Mas existe também o imponderável. Contra ele não temos como lutar", declara o piloto, lembrando que ocorrências como um pneu furado ou até um galho que venha a quebrar um vidro podem impedir uma vitória ou determinar o campeão.

Independentemente do que ocorrer nas trilhas a partir de hoje, o certo que ninguém conta com o gosto amargo da derrota. Chegar em Fortaleza, no Ceará, dia 19, já irá adoçar a boca dos participantes. Mas os campeões sentirão sabor especial no pódio.

Poeira marca presença na disputa do prólogo

As motos, carros, quadriciclos e caminhões do Rali do Sertões mudaram a cor de Goiânia. A disputa do prólogo - tomada de tempo para definir a ordem de largada -, ontem, no autódromo da cidade, fez com que uma imensa nuvem de poeira vermelha se formasse, encobrindo a visão.

Após a passagem dos concorrentes pelos 1.800 m de terra e 400 de asfalto, o francês David Casteu (motos), Marcelo Madeira (quadriciclo), Jean Azevedo (carros), Edu Piano (caminhões leves) e André Azevedo (caminhões pesados) foram os mais rápidos. Nos caminhões, Amable Barrasa, de Diadema, perdeu tempo e se prejudicou.

Ontem à noite, os oito primeiros entre carros e motos e mais os cinco caminhões disputariam o Superprime, evento-exibição no centro de Goiânia. Hoje pela manhã, o Sertões começa com a primeira das dez etapas sendo disputadas entre a capital e a cidade de Pirenópolis, ambas em Goiás.




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