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Advogado quer OAB perto dos carentes
Clébio Cavagnolle Cantares
08/11/2009 | 07:34
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Orlando Filho/DGABC




O papel da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) não está restrito apenas ao bom funcionamento do Fórum. "Nossa obrigação com a sociedade é repensar atitudes que possam beneficiar principalmente as comunidades carentes", destacou o advogado Leandro Aguiar Piccino.

Segundo ele, em São Bernardo, cidade onde atua há 11 anos, existe a pretensão de levar assistência judiciária gratuita aos bairros. "Há um programa do Estado para atendimento judiciário sem custo, mas a espera é muito longa. Tenho projeto que prevê atendimento por meio de plantões diretamente nos locais mais carentes", enfatizou o advogado. Mas ele espera mais da OAB. "A Ordem precisa ser o elo para chamar a população a participar mais do cotidiano dos poderes Executivo e Legislativo".

Para Piccino, que disputa o comando da Ordem de São Bernardo, ambos, advogado e OAB, têm obrigação legal de zelar pelo Estado e prestar serviço à sociedade. "Temos de atuar como agentes de fiscalização", explica. "Mas também podemos convocar a sociedade para comparecer às sessões nas Câmaras e com isso pressionar as ações dos nossos parlamentares".

Ele também faz críticas à oferta de cursos de qualificação para os advogados da região. "Aqui no Grande ABC faltam cursos mais profundos para o profissional. Não se trata de palestras, mas da implementação de horas-aula em múltiplos assuntos para que os advogados tenham maior base para trabalhar. É preciso reciclagem constante", destacou Piccino.

O advogado defendeu também a necessidade de alternância no poder da entidade para que o posto não seja utilizado como ferramenta de status. "A alternância gera novos projetos e traz desenvolvimento para a OAB", avaliou.

Além do projeto de assistência judiciária nos bairros, Piccino destacou que outro programa importante para a região será o de Apoio ao Jovem Advogado. "Quando o jovem sai da faculdade, está ainda sem muita base para o trabalho. Esse projeto o ajudará a entrar na área com um pouco mais de vivência e troca de experiências com demais profissionais da Ordem", disse.

LIBERDADE
Questionado sobre o acesso dos advogados ao Fórum, Piccino foi confrontado com caso ocorrido na semana passada no Fórum de Santo André. Um advogado, após ter sido barrado na porta pelo detector de metais, teria retirado do bolso um preservativo e proferido ofensas à servidora que estava na fiscalização do equipamento. O profissional acabou sendo algemado por desacato. A situação abriu nova discussão sobre a eficiência do equipamento versus o constrangimento a que o cidadão é exposto quando é barrado.

Os detectores já foram alvos, inclusive, de inúmeros processos por danos morais, especialmente por conta de denúncias de humilhações sofridas por clientes na entrada dos bancos.

Piccino afirmou: "É claro que o usuário ou cliente sempre acaba passando por situação desconfortável. Nesses casos, há alteração de humor e comportamento das pessoas. Mas não é o caso de algemar alguém, como ocorreu no Fórum de Santo André".

Para acesso ao fórum, o advogado defende maior flexibilidade aos colegas. "Não é privilégio, apenas respeito", finalizou.




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