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Aula noturna não agrada alunos e autoescolas
Bruna Gonçalves
17/05/2011 | 07:57
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A lei que determina que as autoescolas realizem aulas práticas noturnas completa hoje um ano, e os profissionais do setor continuam insatisfeitos. As reclamações continuam as mesmas, como falta de segurança, ampliação da carga horária de funcionários ou contratações que aumentaram os custos.

Das 20 aulas exigidas para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação, quatro devem ser à noite, entre 18h30 e 22h, uma hora e meia mais cedo do que a lei determinava anteriormente.

Para o gerente da autoescola Modelo, em São Bernardo, Rogério Marques Gonçales, a adoação da aula noturna dificulta tanto a vida do profissional quanto a do aluno. "Eles têm dificuldade de conciliar trabalho e estudo. Precisei contratar mais dois instrutores para não sobrecarregar a jornada de trabalho", disse.

Para o proprietário da autoescola Felix em Ribeirão Pires, não serão quatro aulas que vão fazer o aluno dirigir melhor à noite. "A autoescola ensina o básico, mas a prática é adquirida no dia a dia. Além disso, outra exigência desnecessária é que as quatro aulas noturnas sejam as últimas."

Segundo a Secretaria de Gestão Pública, que passou a ser responsável pelo Detran (Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo), as aulas noturnas são exigidas para a primeira habilitação, adição ou mudança de categoria, e devem ser feitas após o aprendiz realizar todas as aulas diurnas, visando o domínio da prática veicular.

A auxiliar de enfermagem de Mauá Eliane Cabral de Jesus, 32 anos, disse que precisa concluir apenas as aulas noturnas."Tenho uma folga na semana, porém preciso ver a escala para agendar. Por conta disso, nem sempre consigo marcar, porque o horário é restrito. Estou desanimada, pois não consigo terminar."

Para o presidente da Fenauto (Federação Nacional das Autoescolas e Centros de Formação de Condutores) Magnelson Carlos de Souza, a aula noturna é importante, mas com ressalvas. "Poderiam ser realizadas apenas 10%, o que seriam duas aulas. Além disso, poderia ser obrigatória apenas para a primeira habilitação."

Outro ponto é a falta de segurança. "Tenho conhecimento de alguns assaltos que aconteceram por conta da exposição do aluno e instrutor."

O assistente de logística de Mauá Júnior Brando de Souza, 29, concluiu as aulas práticas para a mudança de categoria em abril e se disse aliviado. "Foi complicado. Como trabalho e estudo, precisei faltar na aula, porque no emprego não tem como", comentou.




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