O grupo da prefeita interina de Mauá, Alaíde Damo (MDB), estrutura plano para ter nome próprio na eleição deste ano. Sem poder contar com a ex-deputada estadual Vanessa Damo (MDB), que não está em plenos direitos políticos por condenação do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o nome cogitado é o de Vanelli Doratioto Damo, irmã gêmea de Vanessa e filha de Alaíde e do ex-prefeito Leonel Damo.

Vanelli sempre ficou afastada dos assuntos políticos da cidade. Enquanto a irmã trilhou carreira de vereadora e de deputada estadual, Vanelli optou por ficar longe dos holofotes, aparecendo em raras atividades sociais quando o pai era prefeito, e tocando projetos particulares – ela é escritora e até chegou a confeccionar joias.

Porém, na véspera do fim do prazo para filiações partidárias com vistas ao pleito deste ano, Vanelli efetivou ingresso no PRB – sua ficha foi protocolada no dia 4 de abril. Ela está inscrita no diretório da legenda em São Bernardo, onde mora, mas uma eventual candidatura é liderada em Mauá.

O Diário apurou que algum as reuniões já foram feitas e até mesmo pesquisas extraoficiais foram realizadas com objetivo de testar o nome de Vanelli. A ideia inicial é fazê-la candidata a deputada federal.

Caso essa estratégia se confirme, Vanelli terá como adversário José Carlos Orosco Júnior (PDT), seu ex-cunhado. Orosco foi casado com Vanessa Damo por dez anos, mas, no ano passado, os dois se separaram em meio às acusações de agressões e traições, briga que terminou até na polícia, com Vanessa denunciado o ex-marido por violência doméstica. Ele sempre negou.

Quando o prefeito de Mauá, Atila Jacomussi (PSB), foi preso, no dia 9 de maio, na Operação Prato Feito, Alaíde tomou posse porque o socialista não havia conseguido habeas corpus para deixar o presídio. Uma das primeiras atitudes de Alaíde como prefeita em exercício foi exonerar todos os cargos indicados por Orosco no governo – três secretários, alguns adjuntos e diretores e até mesmo o pai do ex-genro, José Carlos Orosco Roman.

Nos bastidores, Vanessa não esconde que quer evitar qualquer crescimento político do ex-marido. E uma candidatura competititva em Mauá para rivalizar com o projeto eleitoral do pedetista seria fundamental para esse plano. Ela não pode concorrer porque foi condenada por abuso de poder econômico e político na eleição de 2012, quando se candidatou à Prefeitura. Atualmente, Vanessa é a principal conselheira da mãe no governo.

Ninguém do grupo dos Damo quis se pronunciar a respeito da articulação eleitoral pró-Vanelli.