Política Titulo Suspeitas
Escritório de Montorinho
é incendiado em Sto.André

Exame da Polícia detectou pedaço de mangueira por onde
provavelmente colocaram líquido que iniciou o incêndio

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
08/04/2012 | 07:59
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O escritório político do vereador de Santo André José Montoro Filho, o Montorinho (PT), na Rua Erechim, no Parque Erasmo, foi incendiado ontem durante a madrugada. Por volta das 2h, as labaredas da sala chamaram a atenção da vizinhança, que acionou o Corpo de Bombeiros. Ao apagar as chamas, o espaço apresentou sinais de, segundo a perícia preliminar, ação criminosa. O petista é o único oposicionista a integrar a CPI do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), que apura suposta venda de licenças ambientais na autarquia.

O fogo foi controlado rapidamente pelos bombeiros. Mesmo assim, danificou parte do espaço e destruiu panfletos, agenda e materiais do mandato. No boletim de ocorrência, registrado no 5º DP de Santo André, é relatada a análise prévia da perícia. O exame da Polícia Civil detectou pedaço de mangueira introduzido pela lateral da porta de aço, por onde, segundo o documento, provavelmente foi colocado líquido inflamável para o início do incêndio. O objeto foi recolhido pela perícia.

Pelas circunstâncias do incidente, Montorinho avalia que o incêndio pode ter sido originado por algum tipo de sabotagem. Retratando o exame pericial, segundo o petista, dá para ter certeza que o material veio de fora para dentro para provocar o fogo. "É coisa armada. Situação estranha, nada acidental", considerou o vereador, descrevendo que, conforme relatos de vizinhos, um carro deixou a localidade em alta velocidade naquele horário. "Tenho esse escritório há 12 anos e nunca aconteceu algo parecido, mas vamos aguardar o laudo para dar resposta mais concreta."

Para o parlamentar, o estrago só não foi maior por conta da agilidade dos bombeiros. "Poderia ter dimensão bem grande. No andar superior ao escritório, que fica no térreo, moram quatro famílias." O material queimado encheu uma caçamba. "Queimou muita coisa. A maioria de todo acervo do mandato estava guardada lá, como requerimentos e processos."

A CPI da qual Montorinho faz parte foi instaurada há três semanas. O bloco de investigação averigua eventual envolvimento da direção do Semasa em esquema de extorsão junto a empresas que aguardam a liberação do licenciamento. A cobrança, de acordo com o ex-diretor de Gestão Ambiental da autarquia e denunciante, Roberto Tokuzumi, servia para pagamento de "caixa de campanha".




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